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Na Confraria Invinovéritas realizamos degustações de vinhos de todas as regiões do mundo e, como era de se esperar, freqüentemente as opiniões se dividem. Mas quando a região é o Priorato a aprovação é unânime. A região da Catalunha, ao sul de Barcelona, tem apenas 1.600 hectares plantados, mas é de lá, e de seus vizinhos, que saem os vinhos mais agradáveis do mundo.

Claro que os aficionados vão clamar por Bordeaux, Bourgogne, Toscana, Piemonte e várias outras, mas em nenhuma degustação que participei nos últimos anos vi qualquer dessas regiões reunir a unanimidade sempre obtida pelo Priorato. Aliás Priorato e seus vizinhos – Penedés, Tarragona, Monsant e Costers Del Segre –, cujos vinhos muito se assemelham. Concentrados, perfumados, longos, elegantes e bons preços. Atenção, existe uma DO Catalunya, mais ampla, que engloba vinhos mais simples de todas essas regiões e mais algumas, mas tem apenas vinhos medíocres.

O clima é seco, a altitude varia de 100 a 700 metros na Serra de Monsant, pluviometria de preocupar camelo – 600 mm/ano. A vinicultura moderna foi muito influenciada por enólogos franceses, que viram nesta região uma oportunidade de fazer vinhos similares aos Châteaux, mas mais encorpados e mais regulares.

Os líderes foram René Barbier e Álvaro Palácios. Esse último é espanhol da Rioja Baja, mas formado em Bordeaux. A idéia inicial foi trazer uvas francesas, mas logo se deram conta que as uvas já existentes na região davam os mesmos resultados e asseguravam um nicho diferenciado do resto do mundo. Foi assim que Garnacha e Cariñena, uvas antes limitadas a um papel de coadjuvantes, passaram a atuar como protagonistas. As principais uvas são: Cariñena, Garnacha, Garnacha Peluda, Monastrell, Cabernet, Merlot e Syrah.

Detalhe curioso, Priorato e Monsant não plantam Tempranillo – a melhor e mais conhecida uva da Espanha. Mas ela é permitida no Penedés e na Tarragona, ainda que sob o nome Catalão de Ull de Liebre. Os dois vinhos mais reputados do Priorato são o l’Ermita de Álvaro Palácios, uma raridade que custa 800 reais e quase nunca há disponível, e o Clos Mogador do René Barbier, um varietal de Garnacha que já recebeu 98 pontos no Parker e 95 na Wine Spectator. O seu preço também é mais acessível: R$ 350.

Mas você não precisa ir aos deuses para provar os doces taninos dessas denominações: Les Terrasses Álvaro Palácios, Ônix Classic, Ônix Evolució, Laurona, Gottim Bru, "1780", Costers del Gravet, Font de la Figuera. São vinhos entre R$ 80 e R$ 150, também excelentes.

Confraria In Vino Véritas Degustação de Antinori: Montenisa e Tormaresca, dia 17, às 19 horas.

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