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José Trajano e Paulo Calçade na bancada do Linha de Passe: pulso firme | Reprodução
José Trajano e Paulo Calçade na bancada do Linha de Passe: pulso firme| Foto: Reprodução

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Linha de Passe – Mesa Redonda - Segundas-feiras, às 21 horas, na ESPN Brasil.

Que o Linha de Passe – Mesa Redonda é um dos melhores programas esportivos de debate da televisão brasileira, pouca gente discorda. Jornalistas respeitados, análises lúcidas, posicionamentos corajosos diante da CBF e da cartolagem, aversão ao oba-oba predominante no "país da Copa", participação dos telespectadores, tudo isso contribui para a credibilidade da atração, no ar há 15 anos pela ESPN Brasil.

O time de comentaristas também inspira respeito, com feras como José Trajano, Juca Kfouri, Paulo Vinícius Coelho, João Palomino, Fernando Calazans e Márcio Guedes, entre outros. Entretanto, além do caos típico dos programas do gênero – com os debatedores se atropelando e interrompendo uns aos outros –, um detalhe chama a atenção no Linha de Passe: a absoluta irrelevância do apresentador – cargo em que se revezam João Palomino, Paulo Andrade (o "Amigão") e Dudu Monsanto – quando José Trajano está presente.

Referência na imprensa esportiva nacional, conhecido pelo estilo contundente, Trajano é também diretor de jornalismo do canal. E sempre acaba assumindo informalmente o controle do programa – a despeito de quem esteja no comando "oficial". Com frequência, interrompe os colegas de mesa para chamar quadros, normalmente questionando o apresentador: "Não está na hora dos ‘Gols Mais Bonitos do Futebol Nacional, Dudu?’, perguntou dia desses a Dudu Monsanto. Na semana passada, quando todos discutiam o amistoso da seleção brasileira contra a França, ele quis omitir a exibição dos melhores momentos da partida porque "todo mundo já tinha visto", no que teve de voltar atrás, diante dos protestos dos colegas.

Normalmente, esse ímpeto é até meio cômico, mas também já terminou em barraco: em 2006, Paulo Soares comandava o debate e abandonou o estúdio depois que Trajano disse que "não aguentava mais falar do Palmeiras", ao ser inquerido pelo Amigão sobre os compromissos do time paulista. "Eu também tinha tanta coisa para falar e não consigo", desabafou, antes de deixar a bancada.

Também pegam mal os cochichos de Juca Kfouri no estúdio de São Paulo, quando um dos debatedores do Rio de Janeiro – Fernando Calazans ou Márcio Guedes – está falando. O áudio vaza para o público, dando a impressão de que ninguém da mesa está prestando atenção nos comentários do link carioca.

Nada porém que prejudique o conteúdo do Linha de Passe, que continua sendo muito superior aos concorrentes.

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