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O britânico James Purefoy como um serial killer: atuação excelente dos atores hipnotiza | Divulgação
O britânico James Purefoy como um serial killer: atuação excelente dos atores hipnotiza| Foto: Divulgação

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The Following

Canal pago Warner. Quinta-feira às 23 horas.

Kevin Bacon buscava um papel na televisão. Queria um personagem heroico, perturbado e uma trama que envolvesse a morte. O roteirista Kevin Williamson tinha em mãos uma história de heroísmo, suspense, amor e morte – faltava o ator. Ele gostaria de alguém tão bom quanto Bacon, mas nunca imaginou que poderia ser o próprio Kevin.

A série The Following está em seu terceiro episódio no canal de tevê paga Warner e parece ter agradado aos brasileiros. A trama trata da fuga da prisão do serial killer Joe Carroll, cuja sentença de morte estava perto de ser executada. O FBI resgata então o alcoólatra e depressivo Ryan Hardy, agente que o havia prendido, para ajudar na busca do assassino de jovens e belas mulheres.

Na pele de Hardy, vemos um Kevin Bacon misterioso com pinta de galã, que troca água por vodca para apagar da memória os erros que não se permite cometer. Do outro lado, calmo como Hannibal Lecter, inteligente como Dexter e charmoso como nenhum outro, Joe Carroll, interpretado pelo britânico James Purefoy, de Revenge e Roma.

Outrora professor de literatura, Carroll passou oito anos criando sua obra-

prima, inspirada nos livros de Edgar Allan Poe e tendo Hardy como protagonista. Como se um louco não bastasse, o carismático assassino consegue seguidores, criando quase um culto de serial killers que assinam suas obras arrancando os olhos das vítimas – um ato simbólico, já que Poe os definia como os "espelhos da alma".

Clichês

A série não escapa de clichês: o psicopata sedutor, o brilhante herói que quebra regras e é perturbado por fantasmas do passado, o envolvimento dele com a vítima a ser protegida, o nerd gente boa que trabalha nas investigações... Mas, de alguma forma, juntando isso às reviravoltas inesperadas no roteiro, a fórmula dá certo.

De qualquer forma, Bacon e Purefoy atuam tão bem que a tensão entre os personagens alcança o espectador. O envolvimento de Hardy com a ex-mulher do rival, o que se revela por flashbacks, "apimenta" a relação. Nas poucas cenas que fazem juntos, a química gera faíscas. Eles se odeiam porque se admiram – e não se pode culpar o agente Hardy por admirar Carroll. Seus olhares e expressões, a frieza e a boca que mal se mexe durante a fala dão vontade de dar um soco e ao mesmo tempo se deixar hipnotizar.

Com o novo thriller, Kevin Williamson deixou para trás o melodrama pegajoso de Dawson’s Creek e o assassino de Pânico finalmente parece descansar em paz. Muito sangue e literatura vão rolar até o final da primeira temporada e, assim como o vilão, The Following promete conseguir novos seguidores. Mas Carroll terá de disputar espaço com Hannibal Lecter, cuja série deve estrear em abril na AXN.

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