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Paulo Vilhena: bandido com contornos de herói | Estevam Avellar/TV Globo
Paulo Vilhena: bandido com contornos de herói| Foto: Estevam Avellar/TV Globo

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A TeiaRPC TV. Terças-feiras, após o Big Brother Brasil 14. Classificação indicativa: 14 anos.

O segundo episódio de A Teia, série em dez capítulos que estreou semana passada na Rede Globo, vai ao ar amanhã, após o Big Brother Brasil 14, e a grande esperança é que, ao contrário do que se viu no episódio de estreia, haja um maior equilíbrio entre forma e conteúdo.

No intuito de fazer televisão com "cara de cinema", esbanjando cenas de ação espetaculares, repletas de cortes abruptos, efeitos de pós-produção e uma história narrada em flashback, entre outros truques muito usados em produções realizadas para a tela grande, o desenvolvimento da trama e dos personagens ficou em segundo plano.

O capítulo teve início com uma cena noturna de perseguição. Marco Aurélio Baroni (Paulo Vilhena), a bordo de um caminhão/carro forte, está sob o encalço da polícia e sofre um grave acidente, no qual sua companheira, a ex-prostituta Celeste (Andréia Horta), fica gravemente ferida – não se sabe se ela está morta ou não. A partir dessa dúvida que fica no ar, a história retrocede três meses, no intuito de mostrar como o casal chegou até aquele ponto dramático.

Ficamos sabendo que Baroni liderou o roubo de uma carga de ouro no Aeroporto Internacional de Brasília, realizado por sua gangue, e caberá ao delegado federal Jorge Macedo (João Miguel, do filme Estômago) investigar o caso. Há aqui um ponto do roteiro que pode gerar uma discussão interessante.

Embora o contraventor seja, em tese, Baroni, o personagem tem mais contornos de herói de que de bandido, enquanto Macedo, o agente da lei, tem um passado nebuloso – foi transferido para a Capital Federal sob a suspeita de ter espancado um preso, e é um sujeito ensimesmado, taciturno, que ainda tem de lidar com a saudade que sente da mulher, Isabel (Ana Cecília Costa), e da filha, Paula (Aline Peixoto), que ficaram em Fortaleza.

A série é baseada em fatos reais. A inspiração para o personagem Baroni foi o paranaense Marcelo Borelli, rapaz de família rica que virou criminoso. Além do roubo de ouro em Brasília, ele também sequestrou um avião da Vasp no ano 2000, com 61 passageiros a bordo, para roubar R$ 5 milhões de carga. O assaltante morreu, aos 38 anos, em 2007, no Complexo Médico Penal de Piraquara (região metropolitana de Curitba), vítima de complicações causadas pela aids. Trata-se, portanto, de uma história fascinante.

Os autores, Bráulio Mantovani (indicado ao Oscar pelo roteiro de Cidade de Deus) e Carolina Kotscho (do sucesso 2 Filhos de Francisco), são muito competentes e, acredita-se, conseguirão dar mais substância à embalagem vistosa e pop (a trilha sonora tem canções antigas dos Rolling Stones, Nirvana e de outras bandas) que o diretor-geral, Rogério Gomes, escolheu para a série.

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