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Por enquanto, tudo na mesma na rua Riachuelo | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Por enquanto, tudo na mesma na rua Riachuelo| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Foi em setembro de 2012: noticiamos no Caderno G que o projeto de abrigar uma sala de cinema pública no antigo quartel do Exército da Rua Riachuelo, batizado de Cine Passeio, finalmente sairia do papel. Na época, a antiga gestão da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), que teria verba do PAC das Cidades Históricas (que atrasou), resolveu arrecadar o dinheiro para a iniciativa via potencial construtivo.

O potencial é uma espécie de "troca" com empreendimentos imobiliários. Ou seja: é permitido construir um prédio dois andares maior em uma área onde inicialmente seria vetado, se houver investimento no potencial. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc) já tem, há anos, um belo projeto pronto para o prédio de mais de 2,5 mil m².

Duas salas de projeção, espaço para cursos, área de convivência, um café, uma biblioteca e até planos para projeções ao ar livre no terraço formariam o Cine Passeio. Na época, a então presidente da FCC, Roberta Storelli, disse que estava confiante de que a licitação para as obras sairia o quanto antes. Assim, poderíamos ter o Cine Passeio em 2014, de preferência, na Copa do Mundo.

O potencial construtivo não conseguiu arrecadar o necessário naquele ano, e a gestão anterior deixou a prefeitura com cerca de 80% dos recursos captados para a obra, via potencial.

O grupo político na prefeitura mudou, mas havia expectativa de que o Cine Passeio fosse algo praticamente resolvido. O problema é que nada tem acontecido desde então no prédio da Riachuelo.

Em entrevista em julho do ano passado, o atual presidente da FCC, Marcos Cordiolli, afirmou a este jornal que 99% dos recursos para o Cine Passeio já estavam captados, e 45% depositados. O processo licitatório se iniciaria, provavelmente, no segundo semestre de 2013. Cordiolli já anunciou algumas vezes a intenção de reativar também o extinto Cine Luz, na Praça Santos Andrade.

Panorama

Apesar dos projetos e das boas intenções, a situação das salas públicas nunca foi tão ruim, pelo menos nos últimos 10 anos. Nesta última década (período em que vivo em Curitiba), percebo que os cinemas de rua entraram em uma derrocada que parece não ter volta. Assim que cheguei na cidade (em 2004), conheci o animado Cine Ritz, na rua XV de Novembro, com sessões lotadas (mas que infelizmente fechou um ano depois). No Cine Luz, (que encerrou as atividades em 2009), mesmo com o cheiro de mofo e com o ar condicionado quebrado às vezes, a programação era atraente: lá, vi ótimos filmes, como o alemão Edukators, num sábado de calor atípico em Curitiba, e sem climatização.

Hoje, mal frequento as salas públicas. O Cine Guarani, no Portão Cultural, por exemplo, é uma boa sala. Mas vive vazia. Assisti em janeiro ao ótimo Cine Holliúdy (dirigido por Halder Gomes), lá. A sessão tinha três pessoas. Bem como a Cinemateca de Curitiba, que só enche em eventos promovidos por terceiros.

Espero, sinceramente, que o Cine Passeio possa reativar esse gosto pelo cinema de rua. Mas, pelo andar da carruagem, não temos mais nem como prever quando isso acontecerá.

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