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Eu me considero medrosa, mas o que me causa mesmo pavor é que me perguntem: "O que você ouve?". Como explicar? Não sei nomes de bandas. Sempre me concentrei em outras coisas, sem prestar muita atenção à autoria das canções de que gosto.

Dia desses, numa promoção do Festival de Curitiba, dois modelos vestidos de Amy Winehouse e Elvis Presley chamavam para a fotografia. Achando que seria algo inofensivo, lá fui eu, para então ouvir a ameaçadora pergunta do Rei do Rock: "Então, garota, cante uma canção minha!" Nem preciso dizer que deixei de ganhar o brinde.

Agora que entrei para o Caderno G, então, chego ao trabalho suando frio. Algum dia alguém soltará a pergunta, é inevitável.

Portanto, mãos à obra. Posso ser desantenada, mas não sou desprevenida. Já comecei um projeto pessoal de descoberta musical, que, no mínimo, me tornará uma pessoa melhor.

Pela manhã, sintonizo as rádios rock, porque percebi que é esse o som que me anima para o dia. (Se alguém conhecer uma estação que toque só esse gênero, por favor me avise.)

É uma pena que o nome da banda não venha imediatamente antes ou depois de cada música: geralmente não dá tempo de ouvir a lista completa e acabo chegando ao jornal sem a preciosa informação. (Tentei ficar dentro do carro esperando, mas os rapazes do estacionamento avisaram que a fila anda.)

Agradeço a Deus pelo colega Luigi. Ele e seu incansável grupo Delorean me fizeram voltar no tempo e resgatar a época em que eu simplesmente curtia as músicas, sem medo de ser feliz. As baladas anos 80 definitivamente entraram para o playlist da minha vida. O melhor é que ele apresenta as canções uma a uma, fazendo uma performance para que a plateia adivinhe qual o grupo que ele irá encarnar. No próximo show, vou pedir para gravar.

Outra mãozinha me foi prometida por um amigo do bairro Jardim Gabineto. Estupefato com nosso escasso diálogo, ele me prometeu um CD de iniciação ao heavy metal. Pelo que entendi, será metade Iron Maiden e a outra também.

Depois de tanta pesquisa, pego o carro um tanto deprimida por observar minha distância em relação à Ju, meu novo benchmark. Ela não só sabe o nome de todos os caras do rock, como fala com eles.

Nessa hora, coloco para tocar um CD de blues. De preferência as faixas lentas. Uma vez me muni de coragem e perguntei a um cantor como se denomina o estilo musical que é blues, mas sem gaita nem banjos para sair pulando. "Sei lá, acho que é blues lento mesmo", foi a resposta.

Ouço, então, um blues lento e me sinto totalmente satisfeita. Nunca poderia entrevistar Bob Dylan, mas pressinto que teríamos muito assunto para uma simples conversa.

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