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Robert Pattinson e Kristen Stewart protagonizam "Crepúsculo" | Divulgação
Robert Pattinson e Kristen Stewart protagonizam "Crepúsculo"| Foto: Divulgação
  • Miley Cyrus no papel de Hannah Montana

Nos últimos dez anos, Hollywood convencionou que a garantia para um bom arrasa-quarteirão estava nas mãos do público masculino, em especial dos jovens entre 13 e 24 anos fanáticos por quadrinhos, videogames e sagas literárias - vide os sucessos retumbantes de séries como "Homem-Aranha" e "Senhor dos Anéis". Mas, em 2008, a indústria cinematográfica americana percebeu o poder que, até então, era subestimado: o das mulheres dentro do mercado - e mais ainda das adolescentes.

Apenas em seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos, o romance vampiresco "Crepúsculo" abocanhou US$ 70,6 milhões, derrubando o novo filme da saga James Bond, "007 - Quantum of solace", do primeiro lugar nas bilheterias. Em apenas dez dias em cartaz, o longa da diretora Catherine Hardwicke já havia facilmente passado da marca dos US$ 100 milhões. O mais interessante é que o sucesso do filme aconteceu às custas de um público formado essencialmente por garotas. A produção estréia no Brasil no próximo dia 19.

De acordo com o site da "CNN", pesquisas realizadas pela distribuidora de "Crepúsculo", a independente Summit Entertainment, apontaram que 75% dos espectadores do filme são do sexo feminino e metade tem menos de 25 anos.Vale lembrar que "Crepúsculo" é uma adaptação da série de livros da escritora americana Stephenie Meyer, que já vendeu mais de 25 milhões de exemplares no mundo, e se beneficiou de uma enorme base de fãs formada por garotas ansiosas para ver na tela grande o romance proibido entre a adolescente desajeitada Isabella Swan (Kristen Stewart) e o encantador vampiro "vegetariano" Edward Cullen (Robert Pattinson).

"Crepúsculo" pode ser considerado o maior exemplo do poder que as mulheres - principalmente as adolescentes - vêm demonstrando nas bilheterias este ano, mas outros filmes chamaram a atenção dos executivos de Hollywood para esse fenômeno, como "Hannah Montana e Miley Cyrus Show: O melhor dos dois mundos" e "High School Musical 3: O ano da formatura". O último bateu recorde nos Estados Unidos como a maior estréia de um musical em todos os tempos, arrecadando US$ 42 milhões em seu primeiro fim de semana - com três quartos do público sendo do sexo feminino e mais da metade com menos de 18 anos.

- As adolescentes dominam o mundo. Se você olhar para a estréia do filme de "Hannah Montana" e perceber como ele foi bem, e agora com esse filme ("Crepúsculo"), o público formado pelas adolescentes nunca mais será ignorado ou subestimado - disse à revista "Variety" Paul Dergarabedian, presidente da empresa de consultoria Media By Numbers.

Mas não foram só as adolescentes que mostraram a que vieram em 2008. As mulheres em geral estão conquistando mais espaço nas bilheterias.

Segundo a "CNN", na Grã-Bretanha, o musical "Mamma Mia!", com trilha sonora do grupo ABBA e focado no público feminino, deixou para trás "O cavaleiro das trevas" em cerca de US$ 40 milhões, tomando o posto de filme mais rentável nas bilheterias britânicas de 2008 até agora - além de ter se tornado o DVD mais vendido no país.

Mas quem primeiro abriu os olhos de Hollywood para as espectadoras foi a versão para os cinemas do seriado de TV "Sex and the city". Lançado este ano, o filme faturou mais de US$ 300 milhões, número que excedeu todas as expectativas, e levou ao cinema a legião de fãs - na maioria mulheres - que acompanharam a série. O longa surpreendeu também no mercado de DVDs: só na Grã-Bretanha foram vendidas 920 mil cópias em apenas uma semana de lançamento, em setembro. O sucesso foi tanto que já circulam rumores de que um segundo longa está a caminho.

Para a "CNN", apesar de grandes sucessos como o de "O cavaleiro das trevas" este ano, a longo prazo Hollywood vai eventualmente encontrar uma escassez de super-heróis de grande porte. E o comportamento recente da indústria aponta que ela terá que começar a perseguir esse novo nicho, na esperança de alimentar ainda mais uma fatia do público que era vista até agora como um "gigante adormecido". As bilheterias não negam.

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