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Diana Moro e os DVDs que distribui: aposta na produção local | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Diana Moro e os DVDs que distribui: aposta na produção local| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Catálogo

Confira alguns dos filmes que integram o catálogo da Moro filmes:

DVDs disponíveis nas lojas

• A Arte da Animação, de Paulo Munhoz (documentário)

• Morgue Story – Sangue Baiacu e Quadrinhos, de Paulo Biscaia Filho (ficção)

• Nevermore – Três Pesadelos e Um Delírio de Edgar Allan Poe, de Paulo Biscaia Filho (ficção)

DVDs à venda apenas no site da distribuidora (http://morofilmes.com)

• Geada Negra, de Adriano Justino (documentário)

• Amadores do Futebol, de Eduardo Baggio (documentário)

• O Corte do Alfaiate, de João Castelo Branco Machado (documentário)

Nos cinemas

• Nervo Craniano Zero, de Paulo Biscaia Filho

Curta-metragem

• Ovos de Dinossauro na Sala de Estar, de Rafael Urban (documentário)

  • Público lotou Cinemateca para assistir a exibição sangrenta de Nervo Craniano Zero

Na sexta-feira e sábado da semana passada, a Cinemateca de Curitiba foi cenário de um evento cultural um tanto fora do comum. Centenas de pessoas se enfileiraram no cruzamento das ruas João Manoel e Carlos Cavalcanti para lotar as sessões de pré-estreia do longa-metragem Nervo Craniano Zero, adaptação para o cinema da peça teatral homônima assinada pelo também diretor da montagem, Paulo Biscaia Filho.

As projeções do filme, uma obra de terror com referências a quadrinhos e aos cinemas de ficção científica e horror trash, tinham um diferencial: o bloodorama. Em determinadas cenas, os espectadores, que receberam capas de chuva e sacos de lixo para proteger seus pertences, levavam esguichos de sangue cênico sincronizados. O recurso levou o público ao delírio, e novas sessões do gênero, a pedidos, já estão nos planos do cineasta e da produtora executiva Diana Moro. Ela, há alguns anos, vem travando uma batalha árdua na missão não apenas de realizar, mas de dar visibilidade e distribuir Brasil afora produtos audiovisuais – curtas e longas-metragens, documentários e filmes de ficção – realizados no Paraná.

Aos 38 anos, Diana tem um currículo profissional de veterana. Foi professora primária de Artes e Educação Física na rede pública municipal quando cursava o curso de Letras; atuou por mais de meia década, durante os anos 1990, na divisão de cinema da CNT, quando a emissora curitibana era cabeça de rede nacional; e fez cursos de especialização na New York Film Academy e na New York University, onde teve aulas de edição com a premiada Thelma Schoonmaker, montadora duas vezes premiada com o Oscar e parceira constante do cineasta Martin Scorsese.

E foi da boca do diretor nova-iorquino de Taxi Driver e A Invenção de Hugo Cabret, em um misto de aula inaugural e palestra, que Diana ouviu palavras que lhe foram para sempre inspiradoras. "Ele disse que tinha inveja dos alunos, porque nós tínhamos a chance de errar." Essa frase, libertadora para quem dá os primeiros passos em qualquer área, mas também para os que não temem ousar, se tornou uma espécie de mantra que impulsiona Diana em sua carreira multifacetada.

Embora confesse que gostaria de ter se tornado montadora, como Thelma Schoonmaker, Diana acabou tomando outros (vários) rumos, mas todos ligados à produção audiovisual. De volta ao Brasil, em 1996, teve seu documentário em curta-metragem Brasil com S selecionado para a mostra competitiva em 16mm do Festival de Gramado (RS) e, depois de trabalhar com filmes corporativos, primeiro como contratada de uma empresa norte-americana e depois em sua própria produtora, a Moro Filmes, resolveu dar uma guinada em meados da década passada.

Abandonou as produções realizadas para corporações, como documentários e vídeos institucionais, para embarcar em uma aventura arriscada: produzir e distribuir produtos audiovisuais de perfil mais cultural.

O dinheiro sumiu e muitas portas se fecharam, ao ponto de Diana confessar que chegou a pensar em largar tudo e voltar à segura vida de assalariada. Felizmente, não foi essa sua opção. Preferiu seguir ousando, sob os ecos da fala de Scorsese.

Frentes

A Moro Filmes hoje, passados alguns anos desde essa mudança de rumos, vai bem, obrigado. Subdividiu-se em duas frentes. Uma delas, voltada à comunicação, tem como grande cliente a tevê da Universidade Federal do Paraná (UFPR-TV), a quem fornece, depois de vencer uma licitação pública, mão de obra, de operadores de câmera a jornalistas, passando até pela assessoria de imprensa da emissora, cuja direção-geral é do professor Carlos Alberto da Rocha.

A outra frente na qual a Moro Filmes vem atuando é na de produção executiva e distribuição de produtos audiovisiaus (leia quadro nesta página). Neste ano, além de Nervo Craniano Zero, também esteve por trás do curta de ficção Quadros, de Sara Bonfim, que participou da mostra competitiva do Cine PE 2012, realizado em Recife/Olinda.

Comédia musical

Entre os prejetos da produtora, Diana cita, com entusiasmo, o filme Canções, primeiro longa-metragem da diretora curitibana Verginia Grando, uma comédia musical cuja trama contará um dia atribulado na vida de uma jornalista, que será vivida pela atriz e cantora Uyara Torrente, vocalista da Banda Mais Bonita da Cidade. Para o filme, conta Diana, já foram negociados os direitos de canções de artistas como David Bowie e R.E.M, entre outros.

Em fase de captação está uma série de ficção fantástica, na linha A Guerra dos Tronos e Senhor dos Aneis, um projeto do livreiro, editor e escritor Thiago Tissot, da editora e livraria Arte & Letra. Os episódios deverão ter diferentes diretores, como Biscaia e Verginia Grando.

Distribuição

Além de fazer a produção excutiva, Diana e sua Moro Filmes abraçaram o desafio de distribuir, nos cinemas e em DVD, filmes paranaenses, como Morgue Story – Sangue, Baiacu & Quadrinhos e Nevermore – Três Pesadelos e Um Delírio de Edgar Allan Poe, e os documentários Amadores de Futebol, de Eduardo Baggio, e Geada Negra, de Adriano Justino, editor da Gazeta do Povo.

Trata-se de um trabalho hercúleo para que as produções alcancem o público, ganhem visibilidade, seja ingressando em um circuito paralelo de exibição, como o do Sesc Paraná, ou de espaços alternativos (drive-ins, teatros), seja pela venda dos DVDs em lojas e a locadoras. Diana comemora que redes importantes, como a Fnac e a Livraria da Travessa (RJ) tem os filmes com o selo da Moro Filmes em suas prateleiras e nos seus sites de venda on-line.

Mas isso é só o começo: a luta continua.

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