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Momentos de humor exaltado garantem agilidade à segunda parte do espetáculo | Divulgação
Momentos de humor exaltado garantem agilidade à segunda parte do espetáculo| Foto: Divulgação

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A Arte da Comédia

Teatro Positivo – Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Dias 29, às 21 horas, e 30 de março, às 19 horas. R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada). Consulte a programação da mostra do Festival de Teatro em www.gazetadopovo.com.br/cadernog/festivaldecuritiba. Ingressos à venda nos shoppings Mueller, ParkShopping Barigüi e Palladium e pelo site www.festivaldecuritiba.com.br.

As apresentações de A Arte da Comédia no último fim de semana, no Teatro da Caixa, deram largada à temporada de contato intenso entre Curitiba e o teatro do resto do mundo – com ênfase para o eixo Rio-São Paulo. A peça, com direção de Sergio Módena, retorna dias 29 e 30 de março ao Teatro Positivo, dentro da programação do Festival de Teatro, junto a outras 38 atrações da mostra principal.

O espetáculo, que estreou em janeiro deste ano no Rio de Janeiro, tem duas características pouco comuns às produções locais: a grande quantidade de atores em cena (12) e a linguagem realista. O mais corriqueiro por aqui é que os grupos experimentem novas maneiras de comunicação dos personagens e de interação entre eles.

Neste caso, trata-se de um texto italiano da década de 1960 que prioriza a mensagem política de seu discurso, saído da pena de um importante dramaturgo napolitano, Eduardo De Filippo (1900-1984). Apesar da relevância da discussão sobre a presença e utilidade do teatro na sociedade, a extensão dos diálogos sobre o tema, que ocupam a primeira parte da peça, faz o espectador procurar em vão uma posição confortável na cadeira, incomodado com o debate de eloquência não tão costumeira nos palcos atuais.

Nesse extenso prólogo, um diretor de teatro é recebido pelo novo prefeito da cidade, um acomodado aproveitador. A discussão entre eles se abre porque o político, que fizera investidas na interpretação no passado, se anima com a oportunidade de conversar com um artista. O problema é que ele não extrai os argumentos que gostaria de ouvir, e acaba se irritando com a sugestão do diretor para que o mandatário compareça a seu show como "isca" de público.

Furioso, expulsa o artista de seu gabinete – que leva junto a lista de personalidades locais, todas desconhecidas, que o prefeito deverá receber durante a tarde. Pior: avisa que enviará atores de sua companhia no lugar de alguns dos visitantes, desafiando o líder a desmascarar a farsa.

A segunda parte traz o alívio da comédia escancarada e bem feita, com um médico, uma professora, um farmacêutico e um padre que deixam prefeito e público em dúvida sobre sua identidade. A ótima atuação de Celso André, em particular, como um enorme, ansioso e desapercebido clérigo, permite perceber a sutileza e o talento que compõem a arte da comédia.

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