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“As cores de Jamal fotografam a gente, nossa retina é maculada pela vibração que o artista produz” diz o diretor do MAC, Alfi Vivern | Fotos: Divulgação
“As cores de Jamal fotografam a gente, nossa retina é maculada pela vibração que o artista produz” diz o diretor do MAC, Alfi Vivern| Foto: Fotos: Divulgação
  • Tela do paulistano Samir Jamal, que realiza sua primeira mostra em Curitiba

As grandes telas geométricas do artista paulistano Samir Jamal somam-se às obras da mostra Possíveis Conexões II, dos alunos das faculdades de artes visuais de Curi­­tiba, a partir de hoje, às 18h30, no Museu de Arte Con­­tem­­­­porânea. É a exposição Afluxus, selecionada dentre mais de 90 projetos de artistas de todo o Brasil interessados em expor na sala Theodoro de Bona, cuja luz natural e o pé-direito alto destacam o jogo de formas e cores estabelecido por Jamal em telas dispostas de modo a criar uma relação de dualidade e, ao mesmo tempo, dialógica.

"Como na estética minimalista, formas e cores são dispostas segundo uma ordem arbitrária de repetições, porém esses conjuntos são jogados uns contra os outros e se anulam. Não se trata de uma progressão ao infinito, mas de uma equivalência entre contrários", escreve o filósofo e crítico de arte José Bento Ferreira em texto no folder da exposição.

As telas de Jamal remetem, logo à primeira vista, à Op Art, movimento de arte ótica que com técnica rigorosa provoca a ilusão do olho humano, do qual Victor Vasarely (com serigrafias em exposição no Museu Oscar Niemeyer) é um dos mestres. "As cores parecem se arremessar das formas quadradas, das linhas, o plano aparentemente de forma rígida se deforma, deixa o público meio tonto", diz o diretor do MAC, o escultor Alfi Vivern.

Ele conta que, ao alternar as telas de cores vibrantes e esmaecidas, o artista cria uma relação em que as primeiras, protagonistas, são por vezes derrubadas pelas outras em segundo plano, aparentemente mortas, sofridas. "São formas que lutam para se sobressair no espaço que ocupam. Acho interessante que, de longe, são telas que parecem calmas, mas quando se chega perto desses núcleos que se intercalam, descobre-se que eles parecem ferver, derramando-se como um caldo em ebulição por cima de quem olha", diz.

O olhar atento percebe pequenas imperfeições nas telas que as eximem de uma rigidez mecânica. "Cria-se, assim, o métier do pintor", diz Vivern. Mas, a relação com a fotografia também se apresenta. "No sentido de que as cores fotografam a gente, nossa retina é maculada por essa vibração que o artista produz", de­­fine o diretor.

Jamal já realizou duas exposições individuais, na Galeria da Aliança Francesa de São Paulo e na Galeria Gora, em Montreal, no Canadá, ambas em 2005. Também já participou de mostras coletivas como a Semana Portinari Museu Casa Portinari, em Brodowski (SP), em 2006, e a 1.ª Bienal de Sorocaba (SP), em 2007.

Serviço:

Afluxus, no Museu de Arte Contemporânea (R. Des. Westphalen, 16). Abertura, hoje às 18h30, com presença do artista. De terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e sábados, domingos e feriados, das 10 às 16 horas. Até 13 de março

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