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Ana Paula Arósio (à esq.): formas de superar uma relação que chegou ao fim | Divulgação
Ana Paula Arósio (à esq.): formas de superar uma relação que chegou ao fim| Foto: Divulgação

São Paulo - Na internet – que pode funcionar como uma fábrica de reducionismos –, Como Esquecer já foi devidamente categorizado: "o filme lésbico de Ana Paula Arósio".

Títulos como "Veja a cena do beijo gay de Arósio" podem até servir como chamariz de bilheteria. Mas é preciso que se diga que o filme de Malu de Martino não se sustenta nisso.

Como Esquecer é ao mesmo tempo direto e delicado na sua abordagem da homossexualidade. Não faz rodeios ou firulas, nem nas cenas de sexo.

A homossexualidade não é um detalhe menor da vida da protagonista do filme. Mas não é tratada por Martino como panfletarismo. Esse é outro mérito do filme.

Antes de ser gay, o drama de Júlia (Arósio) é humano: o abandono amoroso. Ela é uma lésbica branca brasileira. Mas poderia ser um hétero negro do Gabão.

No começo do filme, baseado no livro homônimo de Myriam Capello, a professora de literatura inglesa Júlia aparece em cenas de um vídeo caseiro, flanando por Paris. Um clichê de felicidade.

Corta para a personagem queimando uma foto da viagem e apagando as chamas com a mão, em seu apartamento no Rio. Logo saberemos que ela foi abandonada por sua companheira Antônia, o que desencadeará um longo e às vezes radical período de martírio.

Para quebrar o isolamento de Júlia, seu amigo Hugo (Murilo Rosa) a convence a dividir uma casa com ele e a amiga Lisa (Natália Lage), em uma praia isolada do Rio.

Os dois também enfrentam um calvário: Hugo perdeu seu companheiro em um acidente e Lisa foi abandonada grávida pelo namorado. Na casa de Pedra de Guaratiba, Júlia se une a eles, com relutância, para encontrar formas de superar a dor.

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