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A atriz Arlette Souza e Souza incorpora uma professora aposentada em monólogo | Sônia Moreno/Divulgação
A atriz Arlette Souza e Souza incorpora uma professora aposentada em monólogo| Foto: Sônia Moreno/Divulgação

Monólogo

Tia Galucéria Faz Picadinho

Teatro Falec (R. Mateus Leme, 990). (41) 3352-2685. De 10 a 20 de julho, de quinta-feira a domingo, às 20 horas. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). Classificação indicativa: 16 anos.

Em seu primeiro espetáculo, a Companhia Carnívora pretende transformar o público em canibais. Antes da apresentação de Tia Glaucéria Faz Picadinho, em cartaz a partir de hoje no Teatro Falec, o grupo servirá um ensopado de carne com torradas em referência ao ato que leva o título do monólogo, escrito e dirigido pelo estreante Neumar Michaliszyn.

A montagem estreou de forma discreta no último Festival de Curitiba, e chamou a atenção da organização do Falec, que fez o convite para a temporada que vai até 20 de julho. No texto, uma professora interpretada pela atriz carioca Arlette Souza e Souza tem um surto em uma sala de aula e se aposenta. Durante o período de retiro, ela se envolve com um homem, que tem o destino infeliz de virar comida.

"A peça mostra essa personagem que vai enlouquecendo aos poucos por causa da família e do sistema educacional brasileiro", revela a intérprete de Tia Glaucéria. A atriz passa cerca de uma hora no palco, revelando ao público a motivação por trás do assassinato cometido pela ex-professora.

Em cena, Arlette encarna diferentes personagens que vivem nas memórias e nos tormentos da protagonista. "Ela ouve vozes de outras pessoas como se fosse uma desequilibrada", comenta. A artista afirma que, em alguns momentos, o palco é tomado por uma atmosfera semelhante a da mente de Norman Bates ao fim de Psicose (1960), de Alfred Hitchcock.

Provocações

A trama de Tia Glaucéria Faz Picadinho é baseada em uma suposta história real de uma professora aposentada que cortou o companheiro em pedaços nos anos 1990 em Pontal do Paraná. Michaliszyn ouviu o causo de uma amiga e decidiu transformá-lo em um monólogo, repleto de humor negro. A carne servida ao público é parte da piada armada pela companhia.

"Queremos provocar diferentes reações no público. É um espetáculo bem sensitivo", descreve o diretor. Além do ensopado, a companhia espera que o público também entre no clima da montagem pelo cheiro do prato, preparado na cozinha do teatro um pouco antes da apresentação.

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