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Em 1981, o então prefeito Jaime Lerner teve a coragem de me nomear presidente da Comissão de Carnaval de Curitiba. Entre outras coisas, criamos a Carroça Elétrica (nossa versão do Trio Elétrico), a Fábrica do Samba (o embrião do Teatro José Maria Santos) e realizamos, de janeiro a março, bailes pré-carnavalescos nos principais clubes de bairro da cidade, tudo com o patrocínio da Brahma – nos bons tempos em que a cervejaria tinha autonomia local. Em meados de janeiro, com os bailes fazendo o maior sucesso na periferia, recebi a visita de um vendedor de confetes e serpentinas: "Sou fornecedor da prefeitura há mais de dez anos e, como sempre, só não posso oferecer lança perfume!". "Sinto muito – respondi –, mas já compramos material para o Carnaval inteiro!". O vendedor botou as mãos na cabeça: "Não pode ser! Cheguei tarde!". E soltou um palavrão. Bateu na mesa e inconformado se despediu. Foi de chorar abraçado ao infeliz retardatário.

Dante Mendonça, cronista.

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