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Vídeo | Reprodução/ParanáTV
Vídeo| Foto: Reprodução/ParanáTV

Turnê

Segundo o baixista Flávio Lemos, a turnê nacional do novo álbum do Capital Inicial, Eu Nunca Disse Adeus, terá início no dia 10 de abril, em Londrina. Depois a banda deve fazer mais de 120 shows pelo Brasil, com direito a uma escala certa em Curitiba, ainda sem data definida. Lemos também revelou que a banda recebeu convites para apresentações internacionais, em países como Japão e EUA, mas que ainda está estudando a proposta.

"Nou vou mudar, não importa o que aconteça / A vida é minha, eu faço o que eu quiser"; "Tenho dezoito / E não sei por onde começar"; "Eu não sei dizer não / Eu não tenho opinião / Não tenho personalidade / Eu mudo de lado / Sem a menor dificuldade"; "Eu adoro a minha televisão / Felicidade apertando um botão". Quem um dia já foi adolescente (ou quem hoje convive com um deles) certamente já deve ter ouvido algumas destas "pérolas" ou consegue identificar comportamentos típicos desta fase da vida em pelo menos algum dos versos acima.

Se a foto logo aí ao lado não acabasse de uma vez com o suspense, muitos poderiam desconfiar que tais trechos de canções poderiam ter saído de um novo trabalho da curitibana Marjorie Estiano, da baiana Pitty, dos paulistanos do CPM 22 ou (e por que não?) até mesmo da dupla Sandy & Junior. Mas não, trata-se da temática que domina Eu Nunca Disse Adeus, 13.º álbum do veterano quarteto brasiliense Capital Inicial.

Desde o retorno do grupo liderado pelo vocalista Dinho Ouro Preto, 42 anos, impulsionado pelo megasucesso do disco Acústico MTV – Capital Inicial (o projeto, lançado em 2000, em parceria com a emissora musical brasileira, vendeu mais de um milhão de cópias), o quarteto composto ainda por Flávio Lemos (baixo), Fê Lemos (bateria) e Yves Passarel (guitarra) ganhou admiradores que ainda nem haviam nascido na época em que a banda lançou seu disco de estréia, Capital Inicial, em 1986. Para afastar o clima nostálgico que envolveu o retorno do grupo à cena pop-rock nacional e, de quebra, fidelizar uma audiência cuja faixa etária é campeã no consumo de música em todo o mundo, os brasilienses recorreram à chamada "fonte da juventude" comumente atribuída ao rock-n-roll nos álbums que seguiram o registro desplugado – Rosas e Vinho Tinto (2002) e Gigante (2004) – dedicando cada vez mais seu repertório a canções de fácil assimilação do público adolescente, porém, um tanto imaturas para uma formação com 25 anos de estrada e cujo integrante mais novo está prestes a atingir os 40 anos.

O auge desta estratégia é a principal característica de Eu Nunca Disse Adeus, disco composto em parceria com Alvin L., parceiro da banda há 18 anos e autor de hits como "Natasha" e "Eu Vou Estar". Porém, embora o tom ingênuo e juvenil de canções como "A Vida É Minha (Eu Faço o Que Eu Quiser)", "18" e "Eu Adoro Minha Televisão" seja mais que explícito, para o baixista, o Capital continua extamente igual ao que era nos anos 80. "Esse é o nosso som, é o que sempre fizemos e gostamos de fazer. Acho que não mudamos as temáticas das letras com o passar dos anos para atingir a um determinado público. Se compararmos as canções deste álbum com o que fazíamos nos anos 80 é possível perceber que pouquíssima coisa mudou", defende Flávio, em entrevista ao Caderno G.

Inicialmente gravado no estúdio caseiro de Dinho, Eu Nunca Disse Adeus, conta com 13 faixas inéditas, produzidas por Marcelo Sussekind. Sem grandes exageros ou experimentações, as canções apostam em formatos básicos do rock de quatro acordes, por vezes mais dançantes como nas "natashianas" "Eu Nunca Disse Adeus", "18" e "Má Companhia" e, como não poderia deixar de ser, em baladas românticas como , "Eu e Minha Estupidez" e "Um Homem Só". Se por uma lado a infantilidade tardia incomoda um tanto o ouvinte que já passou da casa dos 20, o novo álbum do Capital conta com um grande mérito, que deve agradar tanto a quarentões como a adolescentes: Dinho parece ter tomado consciência dos maneirismos vocais irritantes que vinham gerando até pastiches em programas humorísticos. Mais comedido, o vocalista acerta em cheio na interpretação das novas canções, talvez o único sinal de amadurecimento deste trabalho. GG1/2

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