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O diretor cearense Karim Aïnouz conseguiu grande destaque e elogios com seu primeiro longa-metragem, Madame Satã, o que gerou muitas expectativas em relação a seu novo trabalho, O Céu de Suely, que finalmente estréia neste fim de semana em Curitiba, três meses depois de seu lançamento original. E Karim conseguiu mais uma vez surpreender, dessa vez com um filme simples e leve, praticamente o oposto do trabalho urgente da estréia.

O belo e singelo O Céu de Suely conta a história de Hermila – a ótima Hermila Guedes (foto), nova revelação do cinema brasileiro –, jovem que volta para Iguatu, no Ceará, sua cidade-natal, depois de uma temporada na cidade de São Paulo. Ela pretende recomeçar a vida ao lado do namorado e do filho pequeno. A moça chega primeiro, com a promessa do companheiro vir alguns dias depois para, juntos, montarem uma barraca de artigos piratas. Hermila espera, mas, depois de um tempo, se dá conta de que o rapaz não vai voltar. Rapidamente, ela percebe que não conseguirá mais viver no lugar. O problema é que Hermila não tem dinheiro para sair da cidade. Por isso, elabora um plano para conseguir comprar passagens: adota o nome de Suely e realiza uma rifa na qual oferece a si mesma como prêmio – o vencedor terá uma "noite no céu" com ela.

O Céu de Suely é um trabalho intimista, que dialoga muito com outro ótimo filme nacional recente, Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes (do qual Aïnouz também é co-roteirista) – a diferença é que Karim destaca um olhar feminino. É um tipo de cinema que em determinados momentos pede contemplação e reflexão; em outros, exige grande envolvimento do espectador com os personagens e histórias que estão sendo contadas na tela. Escapismo, tão comum no cinema atual, passa longe aqui. GGGG1/2

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