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Cordel Encantado: direção de arte primorosa e elenco excepcional marcam a trama exibida às 18 horas | TV Globo/Renato Rocha Miranda
Cordel Encantado: direção de arte primorosa e elenco excepcional marcam a trama exibida às 18 horas| Foto: TV Globo/Renato Rocha Miranda

Muita gente vem se perguntando: "Por que Cordel Encantado está sendo exbida às 18 horas?". O principal motivo para a indagação é a alta qualidade dramatúrgica, estética e técnica da novela, incomuns nessa faixa da programação, somado a um quê de frustração de quem não consegue estar em casa tão cedo.

Eu, que em alguns dias da semana, tenho a chance de estar sentado diante do televisor no início da noite, tenho acompanhado a bela e criativa fábula que mistura conto de fadas europeu com literatura de cordel, à serviço de uma trama que cativa, enche os olhos e diverte.

A história se passa na cidade fictícia de Brogodó, localizada no Sertão Nordestino, e parece se passar entre os anos 20 e 30 do século passado, embora o anacronismo seja um dos seus grandes charmes.

Como em qualquer folhetim que se preza, há um triângulo amoroso, aqui formado pela bela e intempestiva Açucena (Bianca Bin), pelo viril Jesuíno (Cauã Raymond) e pelo entojado e malévolo Timóteo (Bruno Gagliasso), este último obcecado pela jovem desde criança.

Ela, no entanto, só tem olhos para Jesuíno, que, para piorar, é tudo que seu rival gostaria de ser: forte e destemido, ao contrário de Timóteo, que faz a linha vilão almofadinha, e para piorar, tem inveja do rapaz desde criança. O pai de Timóteo, coronel Januário (Reginaldo Faria), é padrinho de Jesuíno e quer que ele o suceda nos negócios da família, pois sabe a encrenca em forma de filho que tem em casa.

Mas, e o conto de fadas? Bem, Açucena cresceu com seus pais adotivos, Virtuosa (Ana Cecília Costa) e Euzébio (Enrique Diaz), e com seu irmão. Porém, ela é princesa, filha de um rei, chamado Augusto Frederico III (Carmo Dalla Vecchia), que comanda o reino fictício de Seráfia do Norte, na Europa, e quer levar a filha de volta e casá-la com Felipe (Jayme Mattrazzo), primogênito do rei Teobaldo de Seráfia do Sul, para que a guerra entre esses dois países termine.

Açucena foi criada no Nordeste porque, durante uma viagem da família real ao Brasil, ela e a mãe foram raptadas e sequestradas para serem torturadas e isso o faz acreditar que as duas estão mortas, mas Augusto nunca se convenceu bem disso.

A história de Jesuíno também é cheia de mistérios. Criado sem pai, desconhecia até pouco tempo ser filho de um um dos mais temidos cangaceiros, Herculano (Do­­mingos Montagner)

O retorno do rei Augusto e de sua corte, na esperança de reencontrar a princesa perdida, muda a pacata Brogodó, dando margem a situações hilárias de choque cultural entre a sofisticação e a formalidade dos seráfios e o provincianismo sertanejo da localidade.

O primoroso trabalho de direção de arte e figurinos, a excepcional direção de fotografia, mais próxima do cinema do que da televisão e a boa história são motivos suficientes para conferir Cordel Encantado. O elenco, no entanto, merece destaque. Além de os protagonistas, já citados, estarem muito bem, coadjuvantes de luxo como Déborah Bloch, Luiz Fernando Guimarães e Berta Loran, do lado seráfio, e Zezé Polessa, Mar­­cos Caruso e Matheus Nach­­ter­gaele, dos brogodenses, dão um show à parte.

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