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“É um exercício de ficar o tempo todo tentando captar a própria imagem, que não vem; o que vem é um negativo”, diz Ricardo Humberto sobre o impulso por trás dos desenhos e colagens que criou | Reprodução
“É um exercício de ficar o tempo todo tentando captar a própria imagem, que não vem; o que vem é um negativo”, diz Ricardo Humberto sobre o impulso por trás dos desenhos e colagens que criou| Foto: Reprodução

Programa-se

Uns Putos – Obras de Ricardo Humberto

Galeria Teix (Av. Vicente Machado, 666), (41) 3018-2732. Inauguração hoje, às 19 horas. Visitação de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas; e sábado, das 10 às 16 horas. Entrada franca. Até 31 de janeiro de 2015.

Trinta originais do ilustrador e artista gráfico curitibano Ricardo Humberto estarão expostos e à venda na Galeria Teix a partir de hoje.

São trabalhos que empregam principalmente o desenho e a colagem (com uso eventual de imagens já existentes) feitos para ilustrar páginas de publicações como a Gazeta do Povo, onde o artista trabalhou entre 1996 e 2009.

Os trabalhos mais antigos remontam a ilustrações editorais de dez anos atrás. Os mais novos são inéditos – um tríptico de acrílico sobre tela e uma instalação de desenhos feita especialmente para a mostra.

As telas-colagens devem custar entre R$ 600 e R$ 2 mil. Também estarão à venda desenhos avulsos a partir de R$ 200.

A ideia, de acordo com Humberto, é que a exposição, em que se desfaz de um grande volume de originais, seja o início de uma nova fase, sobre a qual não diz muito: apenas que os trabalhos não serão ensolarados.

O estranho, o perturbador, o obscuro (ou "o torto", conforme descreve mais de uma vez) faz parte de seu pensamento artístico, ainda que se expresse por meio de obras encomendadas para propósitos específicos – a ilustração de uma coluna de jornal, por exemplo.

"Uma pessoa que me influencia bastante nesse sentido é [o músico] Frank Zappa. O pensamento dele, a música, tem muito a ver com o que faço: você não precisa fazer o correto; pode inverter as coisas. Não existe progresso sem o desvio da norma. Isso me atrai bastante. Daí vem a colagem, o improviso", explica. "Minha vontade sempre foi a expressão artística. Sempre que ia ilustrar alguma coisa, uma coluna, o que fosse, partia dessa vontade. Por isso as minhas ilustrações são mais autorais. É difícil eu fazer uma coisa certinha, ipsis litteris", explica.

Para o artista, a estranheza reflete o próprio exercício de se expressar por meio da arte. "Por isso o nome da exposição é Uns Putos. [Os trabalhos] são todos uns putos. Porque você acaba naquele exercício narcísico de desenhar a si próprio e representar a figura que, no fim das contas, é você mesmo. É um exercício de ficar o tempo todo tentando captar a própria imagem, que não vem; o que vem é um negativo."

Colagem

A principal técnica usada pelo artista Ricardo Humberto, que lança mão não apenas de desenhos próprios, mas também de imagens já existentes (assim como de papéis e texturas), é a colagem.

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