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Escritor deve ser homenageado na segunda-feira, no Palácio de Belas Artes da Cidade do México | Tomas Bravo/Reuters
Escritor deve ser homenageado na segunda-feira, no Palácio de Belas Artes da Cidade do México| Foto: Tomas Bravo/Reuters

Catálogo

Livros publicados no Brasil:

• 1955 – O Enterro do Diabo; A Revoada

• 1961 – Ninguém Escreve ao Coronel; A Má Hora; O Veneno da Madrugada

• 1962 – Os Funerais da Mamãe Grande

• 1967 – Cem Anos de Solidão; Isabel Vendo Chover em Macondo

• 1970 – Relato de um Náufrago

• 1972 – A Incrível e Triste História de Cândida Eréndira e sua Avó Desalmada; Olhos de Cão Azul

• 1975 – O Outono do Patriarca

• 1981 – Crônica de uma Morte Anunciada

• 1985 – O Amor nos Tempos do Cólera

• 1986 – A Aventura de Miguel Littín; Clandestino no Chile

• 1989 – O General em Seu Labirinto

• 1992 – Doze Contos Peregrinos

• 1994 – Do Amor e Outros Demônios

• 1996 – Notícia de um Sequestro; O Verão Feliz da Senhora Forbes

• 2002 – Viver Para Contar

• 2004 – Memória de Minhas Putas Tristes

Fonte: Agência Estado

Fatos da vida

Primeiro conto de García Márquez saiu em 1947, no jornal El Espectador, sendo apresentado como "o novo gênio da literatura colombiana".

Anos 1940

Década marcada por boemia e pouco dinheiro, vivendo em pensões baratas de bairros pouco recomendáveis. Gabo se uniu a um grupo de estudos de Barranquilla, que se reunia diariamente na livraria de um grande intelectual, Ramón Vinyes. Ele assinava uma coluna no El Heraldo e discutia literatura com os colegas, falando principalmente sobre as obras de Albert Camus, John dos Passos e William Faulkner, esse último a grande influência literária do escritor, assumida na autobiografia, Viver para Contar, e mesmo antes, no discurso que fez ao receber o Nobel, em 1982.

Anos 1950

Enquanto escrevia seu primeiro romance, provisoriamente chamado La Casa, voltou ao povoado onde viveu os primeiros anos, Aracataca, para vender a casa dos avós, com quem passou parte da infância. Lá, teve uma espécie de epifania, ao perceber que o povoado sonolento e empoeirado que conheceu quando criança não guardava semelhanças com o que via. Mudou o título do romance e criou, então, a cidade fictícia de Macondo.

Anos 1960

Década difícil para Gabo. Como correspondente de El Espectador na Europa, recebia atrasado e passou por sérias dificuldades financeiras. Já havia escrito Ninguém Escreve ao Coronel (1958) quando sua situação ficou parecida com a do oficial do livro, à espera de uma carta que finalmente garantisse seu sustento até o fim da vida. Já casado e com dois filhos, nos anos 1960, viajou pelo sul dos EUA, mas não conseguiu visto de permanência por ser filiado ao Partido Comunista. Fiel ao comunismo e aliado dos cubanos, criou em Cuba um curso de cinema.

O corpo do escritor colombiano Gabriel García Márquez, que morreu nesta quinta-feira, foi cremado "em particular" e na segunda-feira vai acontecer uma homenagem no Palácio de Belas Artes da capital mexicana, informaram fontes oficiais.

Assim disse a diretora do Instituto Nacional de Belas Artes (Inba), María Cristina García Cepeda, em comunicado que leu em nome da família em frente à casa do Nobel de literatura, no sul da capital mexicana.

"O Conselho Nacional para a Cultura e as Artes (Conaculta), a pedido da família de Gabriel García Márquez, informa que o corpo do escritor será cremado em particular" e que na funerária não serão realizadas honras fúnebres, acrescentou.

"Segunda-feira a partir das 16 horas será realizada uma homenagem no Palácio de Belas Artes, onde o público poderá homenagear seu legado", finalizou María Cristina.

A diretora do Inba foi acompanhada de Jaime Abello, diretor-geral da Fundação Gabriel García Márquez, que afirmou que esta é a única informação que vai ser divulgada sobre a morte do escritor colombiano.

"A ideia agora é repousar, descansar e recuperar um pouco de tranquilidade", acrescentou Abello, aconselhando os vários jornalistas que estão o dia todo na porta da casa a irem descansar.

Interrogado sobre as causas da morte do escritor, Abello disse: "Os médicos o dirão posteriormente, suponho".

Morte aos 87 anos

Gabo morreu depois de semanas internado com infecção pulmonar e das vias urinárias. Ele estava em casa, na Cidade do México, onde viveu por mais de 30 anos – nos últimos deles, enfrentando problemas sérios de memória.

A família, com exceção do irmão Jaime García Márquez, evitou vincular seus problemas de saúde ao mal de Alzheimer. A última aparição pública de García Márquez, ou Gabo, como era chamado pelos amigos íntimos, foi em seu aniversário, em 6 de março. Ele sorriu para os jornalistas, mas não falou com a imprensa.

Figura mais popular da literatura hispânica desde Cervantes, García Márquez ficou conhecido como um dos pais do realismo mágico, gênero literário desenvolvido nos anos 1960 e 1970 e caracterizado pela inclusão de elementos fantásticos no cotidiano ordinário.

De todos os seus livros, cujas vendas alcançaram mais de 50 milhões de cópias, o mais lido certamente é Cem Anos de Solidão (1967), épico sobre uma família fictícia, Buendía, numa cidade imaginária, Macondo.

Nele, o escritor mescla lembranças pessoais a acontecimentos extraordinários, antevendo o próprio drama pessoal que enfrentaria na velhice (uma cidade inteira perde a memória no livro).

Ele é autor também de O Outono do Patriarca, Ninguém Escreve ao Coronel, Crônica de Uma Morte Anunciada e O Amor nos Tempos do Cólera, seus romances mais populares. Gabo também é associado aos nomes mais representativos do chamado new journalism, corrente do jornalismo marcada pela liberdade com que são retratados fatos reais, à qual pertence o norte-americano Tom Wolfe.

Aos 20 anos, Gabriel García Márquez mudou-se para Bogotá, onde estudou Direito e Ciências Políticas sem, no entanto, obter o diploma, começando a trabalhar um ano depois como repórter do jornal El Heraldo, em Barranquilla. Ele também foi crítico do El Espectador, antes de partir para a Europa, em 1961, como correspondente estrangeiro. Sua obra jornalística completa foi publicada no Brasil pela editora Record.

Em 1967, com Cem Anos de Solidão, ele conquistaria o mundo literário, recebendo do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) seu maior elogio: "É o melhor romance escrito em castelhano desde Cervantes". Seu último livro foi publicado em 2004, Memória de Minhas Putas Tristes.

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