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Artista paulista trouxe show a Curitiba em maio do ano passado | André Rodrigues/Arquivo Gazeta do Povo
Artista paulista trouxe show a Curitiba em maio do ano passado| Foto: André Rodrigues/Arquivo Gazeta do Povo

Um projeto cover é geralmente visto como uma arte menor, já que não envolve criação e se vale da popularidade de obras que os artistas originais já conquistaram.

Mas quando se trata de tentar copiar pra valer um espetáculo como eram os de Michael Jackson (1958-2009), a empreitada pode ser muito mais complicada do que tocar um projeto do zero.

É o caso do show Tributo ao Rei do Pop, que o cantor e dançarino paulista Rodrigo Teaser apresenta pela segunda vez no Teatro Positivo neste sábado (2), às 21h15, ao lado de oito bailarinos e banda (veja as informações no Guia). Fanático por Michael Jackson desde criança, ele se tornou mais um entre os incontáveis imitadores do cantor americano ainda adolescente. Mas, de cachê em cachê, foi incrementando seu cover além da figura folclórica do sósia de Michael.

Construção do cover

Primeiro, Teaser cuidou melhor do figurino. Depois, contratou bailarinos, e foi atrás de figurinos para eles também. Em 2005, aos 25 anos, fez sua primeira apresentação em teatro, e começou a introduzir luzes e efeitos especiais no show. Enquanto isso, via e revia todo o material para reproduzir as habilidades de Michael à risca.

“Quando Michael se foi [em 2009], minha primeira intenção foi parar”, conta Teaser, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo. “Eu já era muito chamado para participar de programas de tevê. Na noite em que ele se foi, tocou meu telefone sem parar, queriam que eu participasse de um monte de programas. Mas eu fiquei muito mal e decidi que não queria mais”, conta.

A pausa durou até Teaser assistir o documentário Michael Jackson’s This Is It (2009) – uma compilação de entrevistas e materiais de bastidores registrada durante a preparação para a turnê que o cantor americano faria em Londres. “Todo mundo falava que ele estava mal, acabado, ficando louco. Mas eu vi o cara totalmente criativo, se entregando para fazer o público se surpreender de novo, por mais que não estivesse 100%. Aí falei: vou montar um último show. Mas um show grande, que ninguém fez ainda.”

Detalhes

Este foi o começo dos cerca de dois anos que Teaser e sua equipe levaram para colocar de pé o Tributo Ao Rei do Pop, em que interpretam clássicos do artista como “Billie Jean”, “Thriller”, “Beat it”, “Smooth Criminal”, “Black or White”. E o fizeram com tanta dedicação aos mínimos detalhes que chamaram a atenção do bailarino e coreógrafo LaVelle Smith, que trabalhou com Michael durante três turnês entre 1987 e 1997.

“Ele conheceu o nosso show, quis saber quem tinha produzido, quem tinha feito, como tinha obtido tantos detalhes. E quis se envolver”, conta Teaser. “Ele nos passou as mesmas informações que o Michael passava para os seus bailarinos. Contou de onde veio a inspiração para criar algumas coreografias, alguns movimentos, se o Michael teve facilidade ou dificuldade. Ao mesmo tempo em que foi um laboratório, foi uma conquista”, conta.

Toda a concepção do show se tornou ainda mais preciosista. “LaVelle disse que Michael era muito rigoroso em detalhes. E disse que vê tributos bonitos ao redor do mundo, que sempre pecam nos detalhes. E o nosso chamou atenção justo por eles”, diz Teaser.

Inimitável

O rigor artístico de Teaser esbarra em detalhes bem concretos, como a limitação técnica e financeira (não havia limites para a criatividade de Michael). “Escolhemos com cuidado o que vamos reproduzir. Há coisas que não adianta tentar e deixar caricato. Ou reproduz de verdade, ou é melhor nem mexer com aquilo”, conta.

Mas o limite maior, confessa o artista, é a genialidade de Michael Jackson. “Todas as noites de apresentação são uma emoção incrível para mim”, diz. “Mas logo depois assisto a algum material dele. Vejo o Michael fazendo e falo – ‘caramba! Não dá pra imitar esse cara’.”

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