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Dois aguardados retornos marcaram a parada de sucessos norte-americana nas últimas semanas. No dia 5, chegou às lojas B’Day, novo álbum da cantora Beyoncé Knowles (ou, simplesmente, Beyoncé). Na semana seguinte, foi a vez de Justin Timberlake apresentar ao mundo seu FutureSex/LoveSounds. Ambos estrearam em primeiro lugar na lista da Billboard e, juntos, já venderam mais de um milhão de cópias apenas em seu país de origem. Agora, preparam uma invasão em escala global.

Semelhanças não faltam entre os dois popstars. Nascidos há 25 anos, Beyoncé e Justin foram crianças prodígio, daquelas preparadas para brilhar desde o berço por seus pais/empresários. Na adolescência, encabeçaram grupos vocais de enorme popularidade, Destiny’s Child e *NSYNC. E saíram em carreira-solo praticamente na mesma época – apenas seis meses separam o lançamento dos milionários Justified (o CD dele) e Dangerously in Love (o dela). De quebra, tentam a carreira no cinema. Justin fez bombas como Edison – Poder e Corrupção e vai dublar um dos personagens do terceiro episódio de Shrek. Beyoncé está melhor na foto (ou no filme, como queiram): após pequenas participações em comédias, está no esperado musical Dreamgirls, em que contracena com o ator da hora, Jamie Foxx.

Representante de uma geração que ajudou a rejuvenescer o mundo pop, a dupla enfrenta o desafio do segundo disco amparada por superproduções. Primeiro as damas: acompanhada de perto pelo namorado, o rapper e executivo de gravadora Jay-Z, Beyoncé Knowles volta "chique" em B’Day. Aqui, o r&b que fez sua fama cede cada vez mais espaço para a soul music dos anos 70, seja nos arranjos, composições ou malabarismos vocais da moça.

Diva é a palavra-chave para entender o momento de sua carreira. Alçada ao status de cantora mais famosa do planeta, Beyoncé assumiu sua porção "mulher madura" e não faz feio interpretando canções de gente grande. A dança, claro, continua sendo o motor de sua música, mas a evolução vocal não deixa de ser impressionante. É verdade que, artisticamente, há pouca ousadia em B’Day. Mas seus produtores sabem que ela está um estágio acima de suas concorrentes, e atinge um público nem sempre receptivo a inovações.

Com Justin Timberlake, a situação é diferente. Mesmo sendo um cantor limitado, o namorado da atriz Cameron Diaz surpreendeu até os mais céticos na estréia como solista, uma espécie de versão anos 2000 e hip-hop da era de ouro de Michael Jackson. Justified, no entanto, ainda fazia concessões ao pop meloso e cafona, opção que deixou o público adulto com um pé atrás em relação ao seu trabalho.

Mas Justin, determinado e ambicioso, compensa seu talento discutível com uma habilidade para escolher as companhias certas. Em FutureSex/LoveSounds, ele reafirma a parceria com o produtor Tim "Timbaland" Mosley (o mesmo de Missy Elliot e Nelly Furtado). Mais do que repetir sua grife musical, como boa parte de seus colegas dos bastidores, Timbaland parece entender o que cada disco precisa. Desta vez, manteve a sonoridade oitentista à Michael Jackson, acrescentando boas doses de Prince na jogada.

Nada mais adequado: FutureSex/LoveSounds é um disco dançante e sexy, como os clássicos gravados por Michael e Prince antes do primeiro pirar na batatinha e o segundo virar testemunha de Jeová. Pena, mais uma vez, que a voz de Justin, apoiada em falsetes já manjados, seja tão mixuruca.

Juventude, dança, sensualidade, superprodução. Cada um à sua maneira, Beyoncé Knowles e Justin Timberlake usam praticamente os mesmos ingredientes para não perder o lugar no olimpo do pop atual – habitado, também, por gente como Nelly Furtado, Gwen Stefani, Christina Aguilera e, mesmo em baixa, Britney Spears. Uma geração que, para o bem ou para o mal, cresce e se desenvolve sob os olhos do público.

Beyoncé Knowles - B’Day GGGJustin Timberlake - FutureSex/LoveSounds GGG

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