• Carregando...
Obra da gaúcha Tânia Maria Ritter Resmini, vencedora do salão na categoria artística |
Obra da gaúcha Tânia Maria Ritter Resmini, vencedora do salão na categoria artística| Foto:
  • Cerâmica do paranaense Marcio Montoril Prado
  • Conheça os premiados no Salão Nacional de Cerâmica

Em 2008, o 2.º Salão Nacional de Cerâmica, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná – Seec por meio do Museu Alfredo Andersen, dedicou uma sala especial à artista plástica Alice Yamamura, que morreu no dia 29 de agosto daquele ano.

A edição deste ano, que abre hoje, às 20 horas, na Casa Andrade Muricy, também fará uma homenagem, desta vez, ao criador do ateliê de arte onde Alice trabalhou por muitos anos: o mestre da pintura Alfredo Andersen (1860-1935), que em 2010 é lembrado por ocasião dos 150 anos de sua morte.

Além das 194 obras divididas nas categorias popular, artística e design, de 131 artistas das cinco regiões brasileiras, a curadoria também realiza pequenas mostras de artistas convidados. Duas delas se relacionam, ainda que de forma indireta e em tempos distintos, com o legado do mestre norueguês radicado em Curitiba.

A primeira, Isolde Hötte (1902-1994), mesmo tendo traçado uma trajetória marginal, é considerada uma das mais talentosas discípulas do pintor. Nos anos 50, após realizar inúmeras exposições, a artista, temperamental, se cansou da mesmice do cenário da pintura local e decidiu se embrenhar pela cerâmica. Algumas obras desse período dedicado ao barro como, por exemplo, um Dom Quixote e algumas "negrinhas" inspiradas nas mulheres que enxergava da janela de seu apartamento, em Porto Alegre, podem ser vistas em uma sala especial no piso térreo do museu.

Outra convidada, a catarinense Aurora S. Thiago, é aluna da oficina de cerâmica do Ateliê de Arte do Museu Alfredo Andersen. A ceramista radicada há 25 anos em Curitiba apresenta a mostra Passo a Passo: a História do Calçado, que narra a evolução do acessório humano desde a Antiguidade até os dias de hoje, ao exibir 35 sapatos em cerâmica, dentre eles, um par usado por Andersen, ao lado de sua boina e cachimbo. O projeto é fruto de uma parceria da artista com o Sesc Água Verde e, após o salão, fará uma itinerância pelo interior do Estado.

O salão idealizado em 1980, dentro do ateliê do Museu Alfredo Andersen, ganha amplitude em 2006. Torna-se bienal, abre-se para participantes de outros estados e cria novas categorias, além da artística, para artesãos e designers. "Foi um desafio, já que as pessoas no início duvidavam da possibilidade de convivência de ceramistas tão distintos. Mas vimos isso como uma oportunidade para o artesão exibir sua obra, às vezes pela primeira vez, no espaço do museu, e de uma troca de experiências enriquecedora entre os participantes das três categorias", conta Roseli Fischer Bassler, diretora do Museu Alfredo Andersen e uma das curadoras do evento.

Há, inclusive, permeabilidade entre as categorias. Existe, por exem­­plo, quem já tenha participado em edições anteriores como artesão e agora figure como artista. E há quem tenha sua obra transferida de uma categoria a outra por deliberação da comissão avaliadora. É o caso de Sebastião Pimenta, um dos premiados na categoria design em cerâmica para produção em ateliê, que inscreveu sua obra na modalidade artística. "A comissão achou que a obra se encaixava melhor como objeto de design, e ela acabou sendo premiada", conta Roseli.

Congresso

Paralelamente ao salão, dos dias 1.º a 4, se realiza o 3.º Congresso Nacional de Cerâmica, no Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969), com 24 oficinas e 24 palestras gratuitas destinadas a ceramistas, artesãos, designers, pesquisadores e demais interessados na arte da cerâmica.

O local também abriga a 4.ª Feira Nacional de Arte Cerâmica, espaço para venda e troca de produções e de divulgação da indústria de equipamentos para cerâmica. O salão e o congresso são uma promoção da Secretaria de Estadual da Cultura/Museu Alfredo An­­dersen em parceria com a Sociedade Amigos de Alfredo Andersen, Mineropar e Provopar.

Serviço

3º Salão Nacional de Cerâmica, na Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915), (41) 3321-4786). De terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas; e sábados e domingos, das 10 às 16 horas. Até 3 de outubro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]