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A disputa via imprensa travada por grandes nomes da cultura brasileira, na semana passada, resultou em duas coisas. De um lado, uma saudável visibilidade para a discussão sobre financiamento de projetos culturais no Brasil. De outro, em uma comédia de erros involuntária, protagonizada antes de mais nada por Sérgio Sá Leitão, o articulador do Ministério da Cultura com as estatais brasileiras. No fundo, toda a polêmica – que envolveu figurões como Caetano Veloso, João Ubaldo Ribeiro, Ferreira Gullar, Zelito Viana e Luiz Carlos Barreto, além do próprio Gilberto Gil – foi causada pelo crime de indelicadeza cometido por Leitão.

Jornalista por formação, o assessor de Gil rebateu de maneira truculenta a uma crítica do poeta Ferreira Gullar. O escritor falou, de leve, contra alguns projetos do ministério, em uma entrevista à Folha de São Paulo. Leitão reagiu usando termos como "ex-privilegiados" e "stalinista". Foi o suficiente para que o coro dos descontentes com a atual política federal reagisse. Liderados por Luiz Carlos Barreto e Zelito Viana, eles fizeram um abaixo-assinado pedindo a cabeça de Leitão. O assessor foi à imprensa novamente. E dessa vez foi rebatido por Caetano Veloso, que acusou o ministério – e, indiretamente, seu amigo Gil – de estarem tomando posturas que lembravam o autoritarismo.

Depois de muito jornal impresso e de muita saliva gasta, Gilberto Gil publicou uma nota dizendo que seu ministério não tem intenção de isolar nem prejudicar ninguém. E deu o assunto por encerrado. Nenhuma vírgula da política cultural foi mudada. (RWG)

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