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Músicos e profissionais do setor, reunidos nesta semana no festival anual do College Music Journal, em Nova York, estão de ouvidos atentos às notícias sobre a crise econômica.

O setor financeiro entra em colapso num momento em que a indústria fonográfica já vinha sofrendo transformações. Um negócio antes milionário, em que os selos mandavam, agora virou algo onde qualquer banda consegue oferecer suas músicas pela Internet, recorrendo a shows e merchandisings para assegurar o faturamento.

Matt McDonald, vice-residente da CMJ Network, disse que o comparecimento neste ano foi elevado, mas que a perspectiva para 2009 é imprevisível para este festival, que ajudou a tornar famosas bandas como R.E.M., Red Hot Chili Peppers e The Killers.

"Será que as pessoas ainda terão orçamento para entretenimento, para sair, gastar dinheiro em ingressos, cerveja, produtos da banda? Certamente é uma grande questão", disse ele.

A 28a Maratona Musical do CMJ, em cartaz nos locais mais badalados do Lower East Side de Nova York, continua atraindo bandas, promoters, selos e fãs da cena musical independente.

"Estamos ótimos neste ano", disse Martin Mills, presidente da gravadora Beggars Group. "Mas tem sido uma luta constante para o nosso setor. Está doendo para a gente já faz um tempo. Agora o mundo todo está experimentando isso."

Tanto para bandas de garagem quanto para artistas consagrados, houve uma mudança na forma de ganhar dinheiro, que agora vem principalmente dos shows, do licenciamento de canções para TV, filmes e comerciais e da venda de músicas online.

Mas Shonali Bhowmik , da Tigers and Monkeys, de Nova York, vê um lado negativo nessa diversificação.

"Às vezes te oferecem um trabalho para fazer trilha para TV, mas querem te pagar pouquíssimo ou nada, porque acham que você vai ficar grato pela publicidade", disse Bhowmik.

O encarecimento da gasolina, dos restaurantes, dos hotéis e dos equipamentos fez com que diminuísse ainda mais a margem de lucro dos shows. "A cobrança do couvert artístico não aumentou. O conceito de que você vai ser o próximo Nirvana é legal, mas a maioria dos músicos praticamente só se apresenta para mostrar sua arte."

Outros artistas contam histórias semelhantes. "Quando toco em Chicago, tenho uma banda com quatro artistas", disse o cantor e compositor Joe Pug. "Viajo com o meu agente num carrinho que consegue o melhor rendimento."

Duncan McKie, presidente da Associação Canadense da Produção Fonográfica Independente, disse que "para o nosso setor, é uma luta contínua."

"Esperamos ter apelo junto a um nicho do público que não será afetado . O Canadá tem mecanismos para ajudar as bandas, a começar com os custos de viagem, porque é preciso viajar e fazer turnê nos EUA. Não dá para fazer turnê só em dez cidades do Canadá."

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