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Rio de Janeiro – Aplausos "demorados" – para usar um termo usado com unanimidade pela imprensa internacional – sugerem que Cleópatra, de Julio Bressane, primeiro longa-metragem nacional a ser exibido no 64.º Festival de Veneza, recebeu em suas projeções, sábado e domingo no Lido, uma coroação à altura da rainha egípcia.

Os poucos brasileiros que passaram os olhos pelo longa, estrelado por Alessandra Negrini, antes de sua viagem à Itália, arriscam dizer que o veterano diretor carioca, estandarte do cinema de invenção, realizou seu melhor filme desde O Anjo Nasceu (1969).

A crítica italiana não chegou a empregar a expressão capolavoro (obra-prima) para a produção, que traz Miguel Falabella, como Júlio César, e Bruno Garcia, como Marco Antônio, mas os jornalistas europeus recorreram ao termo "elegante" para definir a reconstituição de época, que aproveitou os penhascos do Forte de Copacabana como locação.

Fotografado por Walter Carvalho, Cleópatra passou fora de competição em Veneza, na seção Fuori Concorso da mostra oficial. Seu longa está ao lado de novos projetos de realizadores consagrados como Claude Chabrol (La Fille Coupée en Deux), Takeshi Kitano (Kantoku Banzai!) e Woody Allen.

Na apresentação de seu filme para a platéia, Bressane explicou: "Todos nós acompanhamos a história de Cleópatra através do cinema e da música, mas eu queria abordar sua lenda em português". Talvez para que o público não se espantasse além da conta com as pitadas de MPB que perpassam a trilha sonora de seu filme, em meio aos diálogos de refinada prosódia entre egípcios e romanos,

Bressane explicou que Cleópatra "é intraduzível do ponto de vista da linguagem, cheio de imagens experimentais".

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