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Para a atriz Sofie Gråbøl, o ritmo mais lento ajuda a apresentar melhor os personagens da atração | Divulgação
Para a atriz Sofie Gråbøl, o ritmo mais lento ajuda a apresentar melhor os personagens da atração| Foto: Divulgação

Acostumado a assistir ao desenrolar de uma investigação criminal condensado em apenas uma hora por episódio na televisão, um dia o telespectador se viu diante de algo inesperado: um crime que levaria uma temporada inteira para ser resolvido. Foi assim que Forbrydelsen, vinda de uma improvável Dinamarca, se destacou na tevê pelo mundo – a ponto de faturar duas indicações ao Emmy (melhor série dramática, em 2007, e melhor atriz, em 2008) e se tornar a base para The Killing, produção americana que já caminha para sua segunda temporada. Ainda inédita no Brasil, a original dinamarquesa finalmente estreia hoje, às 22 horas, no Globosat HD.

Rebatizada por aqui como The Killing — História de Um Assassinato, Forbrydelsen tem Sofie Gråbøl como protagonista. Durante as gravações do terceiro ano do seriado, Sofie conta que fugir dos clichês do gênero era sua maior preocupação. Na trama, ela vive a detetive Sarah Lund. Prestes a deixar a Dinamarca rumo à Suécia com o namorado e o filho, em seu último dia de trabalho como chefe de investigações do departamento de homicídios na polícia de Copenhague, Sarah se vê diante de um crime dos mais suspeitos: a jovem Nanna (Julie R. Ølgaard) é encontrada violentada e morta. Ao mesmo tempo, uma eleição movimenta a cidade, expondo os bastidores do processo de votação.

"Minha principal tarefa foi esquecer todas as outras detetives que vi em filmes e na televisão. Quando você trabalha com esse gênero está lidando com muitos clichês, e o mais interessante é criar o seu próprio. Sarah é, e provavelmente sempre foi, uma pessoa solitária. Sua única relação verdadeira é com seu trabalho, no qual não se conecta com pessoas, mas com casos. E talvez, no fundo, o fato de escolher uma investigação e não seu namorado e seu próprio filho é sua forma de não lidar com seres humanos", explica a atriz, que vive na Dinamarca com o marido e seus filhos.

No começo das gravações, Sofie e a produtora executiva Piv Bernth decidiram que Sarah deveria ser mostrada não como uma mulher num mundo essencialmente masculino e, sim, como alguém "com dificuldades para se encaixar no mundo":

"A simples ideia de Sarah ser descrita principalmente por seu trabalho, e não por suas relações pessoais, é o que a faz se destacar."

No ano passado, Forbrydelsen deixou as séries favoritas Mad Men e Boardwalk Empire para trás e faturou o Bafta (o que seria o equivalente britânico ao Oscar) de melhor série internacional. Para Sofie, a estrutura da atração permite uma análise mais profunda dos fatos pelos telespectadores.

"Cada temporada traz um novo caso, mas o passado é sempre levado para a próxima investigação. Acredito que, hoje, na tevê, séries dramáticas tendem a ser aceleradas pelo simples medo de que as pessoas mudem de canal. Nesse gênero, isso se traduz em perseguições de carros, tiroteios e, claro, um caso resolvido por episódio. Aqui, insistimos num ritmo mais lento, o que nos permite ir cada vez mais fundo nos personagens. E o sucesso nos prova que o público aprecia isso", diz a atriz, que não assistiu a muitos episódios da versão americana: "No entanto, do que vi, me parece muito fiel ao nosso original".

Serviço:Forbrydelsen. Globosat HD. Hoje, às 22 horas.

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