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 | Daniel Castellano
| Foto: Daniel Castellano

Trilha sonora

Para acompanhar as fotos, o fotógrafo Daniel Castellano sugere a música "Quando a Chuva Cai", do Trio Quintina. Ouça em:www.radio.uol.com.br/trio-quintina/enquanto-a-chuva-cai/

"As poças d’água são um mundo mágico

Um céu quebrado no chão

Onde em vez de tristes estrelas

Brilham os letreiros de gás Néon", escreveu Mário Quintana em seus Preparativos de Viagem (Globo, 1994). O poeta gaúcho falava com sua classe proverbial sobre o grave caso da reflexão. Uma palavra que tem pelo menos dois sentidos muito bonitos.

Pode ser o fenômeno ótico que consiste na tendência dos raios de luz a voltarem a se propagar no meio de origem, após incidir sobre um objeto ou superfície. A velha arte dos espelhos. Eles que não desperdiçam a energia dos objetos. Preferem duplicá-los, expondo as suas formas.

Reflexão também é a capacidade humana de questionar as circunstâncias da vida. A velha arte de botar a mão no queixo e pensar: "Por que as coisas são assim?".

Neste ensaio, o fotógrafo curitibano Daniel Castellano capturou os reflexos do nosso cotidiano em poças em poças d’água à rés-do-chão. Sim, nem a cidade dos vampiros escapa à reflexão.

O que o olhar do fotógrafo vê no espelho efêmero das poças que a terra sua são nossas cores e humores mais indisfarçáveis. Um pouco de eternidade numa terra famosa por seus "narcisos às avessas" que costumam cuspir na própria e úmida imagem. Talvez porque não estejamos sabendo olhar direito.

Quem é

Daniel Castellano nasceu em Curitiba em 1980. É casado e pai de dois filhos.

Aprendeu a fotografar com seu pai em seus registros amadores. Virou profissional das lentes na Gazeta do Povo em 2006 com "grandes professores como Antônio ‘Socó’ Costa e João Bruschz". "A minha primeira pauta foi uma grande chuva na cidade. Desde então sempre foi uma inspiração para mim, até porque aqui chove um dia sim, um dia não".

Além de registrar em seu trabalho o dia a dia na capital paranaense e arredores, Castellano se dedica a projetos autorais como o "Canoas ao mar", em que fotografa há anos os pescadores de Matinhos – projeto que virou a sua primeira exposição individual, em 2012. Fez mais duas sobre o material que colheu na Olimpíada de Londres, também em 2012, e sobre suas andanças pelo metrô da capital inglesa no mesmo período. Também integrou duas exposições coletivas: Curitiba Protesta e New Holland.

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