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O maestro Herrmann ainda jovem. | Arquivo pessoal
O maestro Herrmann ainda jovem.| Foto: Arquivo pessoal

Deve ser esse o sonho de toda família de artista: realizar um documentário sobre a carreira do parente e ainda conseguir uma exibição pública. Manter a obra viva e divulgar o que ficou no passado.

Foi assim com as partituras deixadas pelo maestro Rodrigo João Reinaldo Herrmann (1916-1971), que foi mestre de capela da Catedral Metropolitana de Curitiba de 1952 até sua morte, aos 55 anos.

A nomenclatura antiga do cargo de encarregado de música lembra o trabalho exercido na Europa em séculos anteriores por nomes como Mozart, Bach e Haydn. Nascido em São Paulo, o músico se transferiu em 1947 para Curitiba – hoje, “Maestro Herrmann” é nome de rua no Pilarzinho.

As composições de Herrmann para órgão, coro e piano eram saudadas como bastante inventivas, com destaque para o constante clima de grandiosidade (trechos podem ser conhecidos no site também criado pela família, que lançou ainda um CD em parceria com o coro Collegium Cantorum).

A partir desse vasto material e de entrevistas com familiares, a neta Elisa Herrmann estreia dia 16 de janeiro, às 19h30, o documentário “Rodrigo Herrmann – Vida e Obra”, na Cinemateca de Curitiba. Trata-se de um curta-metragem de 17 minutos, cuja apresentação integra a grade da 34ª Oficina de Música, que começa nesta quinta-feira (7). Veja a programação no Guia.

O filme traz relatos de filhos do maestro, que falam de suas realizações na carreira mas também da intimidade do lar do músico - por exemplo, a forma como os seis filhos dormiam enquanto ele tocava suas peças ao piano, de noite.

Pesquisa

Um encadeamento de fatos contribuiu para a realização do filme. Em 2012, a filha de Rodrigo e pesquisadora Maria Herrmann Destefani iniciou um trabalho de resgate das composições deixadas pelo maestro, que incluíam música sacra e popular.

Na mesma época, a neta Elisa deslanchava na carreira de professora e cineasta nos EUA – no ano passado, seu filme “A Envenenadora” foi premiado como melhor curta experimental no Blaquefyre Independent Film Festival.

A junção de forças das duas começou com um plano humilde, de incluir um curto vídeo sobre o maestro no site. “Mas fomos conseguindo tanto material que ficou maior do que imaginávamos. Acabou ficando algo que não era de interesse só da família, e sim de muita gente”, contou Elisa à Gazeta do Povo.

O filme mostra a relevância do cargo de mestre de capela à época, quando Rodrigo Herrmann tocava em todos os eventos situados na Catedral de Curitiba, de acordo com Elisa. Outra atividade de destaque do maestro foi o exercício da crítica musical jornalística.

Experimental

Conheça “A Envenenadora”, experimento em foto-vídeo de Elisa Herrmann que relata por meio da trilha sonora a história real da portuguesa Virginia Augusta da Silva, que, no século 19, foi condenada por matar o marido.

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