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Agatha Christie: caracterização precisa dos personagens e indícios para confundir o leitor | Divulgação
Agatha Christie: caracterização precisa dos personagens e indícios para confundir o leitor| Foto: Divulgação

Recordes

Agatha Christie em números e títulos:

Agatha Christie é a autora que mais vendeu na história segundo o Livro Guinness dos Recordes: cerca de 4 bilhões de cópias em 103 idiomas já foram comercializadas.

Apenas a Bíblia e todas as obras de Shakespeare juntas venderam mais que os livros de Agatha.

Ela também é uma das mais produtivas autoras da história: 66 novelas policiais, 163 histórias curtas, duas autobiografias, vários poemas, e seis romances "não crime" sob o pseudônimo de Mary Westmacott.

A peça A Ratoeira, baseada no conto "Três Ratos Cegos", estreou em Londres em 1952 e está em cartaz até hoje.

Reedições

E Não Sobrou Nenhum

Agatha Christie. Tradução de Renato Marques de Oliveira. Globo Livros, 400 págs., R$ 39. Romance.

Três Ratos Cegos e Outros Contos

Agatha Christie. Tradução de Celso Paciornik. Globo Livros, 372 págs., R$ 34. Contos.

Tudo na literatura de Agatha Christie (1890-1976) é superlativo. Suas obras foram traduzidas para quase uma centena de idiomas diferentes. Contabilizando todos os livros da autora inglesa, ela só perde em vendas para a Bíblia e para o conjunto das obras de William Shakespeare (1564-1616).

Com suas tramas de mistério, tecidas com grande habilidade narrativa, se formaram ao menos cinco gerações de leitores no mundo todo. Façanha maior pelo fato de suas obras não merecerem tanto desprezo quanto o que a "alta literatura" concede a outros textos de sucesso popular. Uma parte importante da produção de Miss Christie – que completaria 125 anos em 2015 – ganha relançamentos no Brasil a partir deste mês de julho.

A editora Globo faz chegar às livrarias oito reedições de romances e livros de contos de Agatha. Os dois primeiros volumes são Três Ratos Cegos e Outros Contos e E Não Sobrou Nenhum. Depois, serão lançados O Misterioso Caso de Styles, O Assassinato de Roger Ackroyd, O Adversário Secreto, Assassinato no Campo de Golfe, Os Cinco Porquinhos e Os Relógios. O tratamento gráfico das edições, incluindo as belíssimas capas, é digno de registro.

A Nova Fronteira prepara para agosto versões de luxo, com capa dura, de seis mistérios da escritora: A Mansão Hollow, Assassinato no Expresso do Oriente, Morte na Mesopotâmia, Morte no Nilo, Os Elefantes Não Esquecem e Um Corpo na Biblioteca. Os volumes poderão ser adquiridos individualmente ou em dois boxes.

A releitura das obras mostra porque a "rainha do crime", como Agatha é conhecida, é soberana no gênero. Escrito originalmente em 1939, E Não Sobrou Nenhum já ganhou várias eleições como "o melhor romance de suspense da história". A trama virou modelo para milhares de imitações, paródias e jogos de tabuleiro (e hoje, ainda, na internet): um crime misterioso ocorre em uma mansão em uma ilha deserta em que os dez convidados de uma festa são mutuamente suspeitos.

A trama complexa é urdida cuidadosamente para que nenhum detalhe esteja fora de lugar. O livro ganhou notoriedade por quebrar as regras vigentes do gênero até então – o final não é o esperado do ponto de vista da justiça.

Já nos nove textos curtos reunidos em Três Ratos Cegos e Outros Contos, Agatha Christie mostra a essência do fascínio que provoca em seus leitores ao redor do planeta. Publicado pela primeira vez em 1950, o livro traz uma amostra do estilo da autora, com sua precisa caracterização das personagens, indícios sendo displicentemente deixados para que o leitor se confunda e a presença marcante de seus mais queridos protagonistas: o excêntrico detetive belga Hercule Poirot e a simpática velhota miss Jane Marple.

No conto que dá título ao livro, a autora usa o mesmo recurso que em E Não Sobrou Nenhum: o título e o argumento vêm de uma cantiga popular infantil que dará as pistas e apontará os próximos passos, instaurando o clima soturno na trama. Aqui, o ambiente dramático é tão bem fundamentado que foi a partir desta história que ela escreveu A Ratoeira, peça que bateu o recorde de mais tempo em cartaz, ainda hoje sendo encenada em Londres.

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