Dança expressa diferença de gostos

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Por vezes, a dança trabalha com a sincronia de movimentos, e todos os bailarinos no tablado parecem um único corpo. Não em Maçãs e Cigarros, em cartaz no Teatro Cleon Jacques neste sábado e domingo. O espetáculo da Entretantas Conexão partiu justamente do questionamento da vontade pessoal de cada um. "O que você gosta de dançar?", perguntava a coreógrafa Gládis Tridapalli a cada um dos integrantes do grupo, também considerados bailarinos-criadores.

Com base naquilo que eles mostravam, foi surgindo uma peça em que era preciso lidar com impedimentos. "Pensamos nas relações coletivas e levamos isso para o corpo, investigando como é trabalhar com restrições corporais e espaciais", conta Gládis. Entre elas estava não mover um braço e dançar somente num espaço pequeno, por exemplo.

O grupo chama essa atitude, carinhosamente, de "boicote". "Às vezes, uma coisa legal para uma pessoa não é legal pra a outra, mas todos precisam lidar com isso em sociedade."

O título da obra levou essa ideia para a poesia: alguns gostam de cigarro, outros preferem maçãs...

Outro tema abordado no espetáculo é o da seleção de heróis: o que ou quem cada um elege como modelo, referência que aparece em movimentos e figurinos.

Bate-papo

Quem se interessar por conhecer mais sobre esse processo de trabalho poderá participar de um bate-papo após a apresentação de domingo.

Depois desta curta temporada, o grupo curitibano viaja por várias cidades do país, entre setembro e dezembro, apresentando algumas de suas coreografias, graças ao prêmio Procultura de estímulo ao circo, dança e teatro do Ministério da Cultura.