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Fábio Channe é o nome da exceção. Há três anos, ele extrapolou a sua função de mero aluno de artes visuais da UFPR quando resolveu abrir um museu. A idéia deu tão certo que a instituição é hoje uma referência indispensável para quem pesquisa artes no Paraná, com uma característica inovadora: trata-se de um museu imaterial, sem paredes nem quadros. Como o próprio nome indica, o Museu Virtual de Artes Plásticas (Muvi) é um site que procura uma alternativa às informações pulverizadas e desencontradas sobre as artes visuais no estado.

O endereço é www.artenauniversidade.ufpr.br/muvi. Lá é possível encontrar perfis, currículos e imagens de obras de cerca de 50 artistas, a maioria deles paranaense, sem preconceito de gerações (leia o quadro ao lado), além de ensaios mais aprofundados de críticos (como Fernando Bini).

Channe conta que a idéia surgiu a partir de sua simples condição de estudante de artes. Precisava pesquisar e estudar, e acabou notando que, por uma série de fatores, as informações são de acesso difícil, "pulverizadas", como ele mesmo define. "A gente tem exceções, como o centro de documentação do Museu de Arte Contemporânea, mas, no geral, o material de pesquisa é de muito difícil acesso", conta.

O pesquisador achou que seria boa idéia criar um centro virtual para reagir a essa dispersão – e tinha razão. Hoje, o cálculo aproximado de visitantes do Museu Virtual de Artes Plásticas gira em torno de 20 mil por ano e está crescendo. Há a vontade de que o espaço ganhe também uma revista virtual.

"É uma matéria de mostrar o trabalho, divulgar os artistas e criar vínculos entre eles, além de democratizar e descentralizar o acesso às informações. Gente do interior, para quem acompanhar a cena é mais difícil, pode ter uma idéia da arte contemporânea produzida em todo o Paraná", explica Channe.

Ele deixa claro, porém, não se tratar de uma iniciativa de criar arte voltada ao meio digital/virtual (internet). "A gente não é um museu de arte na web, a nossa intenção não é substituir o contato com a obra, mas permitir uma visibilidade, uma idéia do que é essa produção", comenta. Outra vantagem é a criação de contatos entre os próprios artistas. Na sexta edição, que incluiu 13 atualizações do acervo digital, duas participações vieram do exterior. "É interessante poder ver o trabalho frente àquele feito em outro lugar do país, ou do exterior. Há um regionalismo, um outro olhar", afirma Channe.

Entre os artistas participantes do Museu Virtual (somente é possível entrar por convite ou indicação), os elogios são unânimes. "Senti-me honrada. Me foi dada toda a liberdade e a chance de mostrar o meu material. Acaba cumprindo a função de muito museu que não tem sua programação tão atualizada", comenta Ana González, incluída na sexta edição.

Para o artista Glauco Menta, a página tornou-se uma ferramenta de formação de platéia. "Conheci gente que teve de pesquisar o meu trabalho para escola e consultou o Muvi. Daqui a pouco, as pessoas que acessam vão ver a obra na galeria e, depois, comprar o nosso trabalho", diz.

Para Dulce Osinski, coordenadora da Oficina Permanente de Gravura da UFPR, o site tornou-se uma parceira importante. "A página desenvolve interfaces com cursos de extensão acadêmica, como o nosso. É um importante trabalho de mapeamento da produção", elogia. Que seja apenas o começo.

Serviço: www.artenauniversidade.ufpr.br/muvi

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