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AGENDA

Confira a programação do ACT, em cartaz de 16 de março a 15 de abril:

- Mostra de Seis Anos de Atividades do ACT , no Ateliê de Criação Teatral – ACT (R. Paulo Graeser Sobrinho, 305), (41) 3338-0450. De quinta a sábado, a partir das 19 horas, e domingo, a partir das 17 horas. Entrada franca.

- Daqui a Duzentos Anos , no Ateliê de Criação Teatral. Textos de Anton Tchekhov. Direção de Marcio Abreu. Com Luis Melo, André Coelho e Edith de Camargo. A partir de amanhã, de quinta a sábado, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. Ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia).

- As Calcinhas da Flor, no Parque Barigüi. Direção de Roberto Innocente. Com os atores do Núcleo de Pesquisa da Arte da Comédia do ACT. Sábado, às 16 horas, e domingo, às 11 horas. Entrada franca.

No ano em que completa seis anos, o Ateliê de Criação Teatral – ACT abre suas portas para um aquecimento sob medida para enfrentar a maratona de espetáculos trazidos pelo Festival de Teatro de Curitiba. A comemoração inclui uma exposição e duas montagens significativas do trabalho do ateliê: Daqui a Duzentos Anos, dirigida por Márcio Abreu, e As Calcinhas da Flor, de Roberto Innocente.

A exposição registra toda a movimentação cultural proposta pelo ACT desde a sua criação, em 2000, pelos atores Luis Melo e Nena Inoue e pelo cenógrafo Fernando Marés. Na sede do centro de pesquisa, um barracão que já abrigou uma antiga estufa de bananas, no tranqüilo bairro São Francisco, o público passeia, a partir de amanhã, às 19 horas, por entre um farto registro fotográfico e audiovisual, figurinos, máscaras e painéis. A visita também pode ser desculpa para um bate-papo com os integrantes do ateliê, em um café instalado no espaço até o final da exposição.

Commedia brasiliana

Quando chegou a Curitiba para a montagem da ópera La Bohème, a convite do Teatro Guaíra, em 2005, o italiano Roberto Innocente não imaginava que, em pouco tempo, daria início a um projeto inovador relacionado à Commedia Dell’Arte. Desde o ano passado, ele coordena o núcleo de Commedia Dell’Arte do ACT, que realiza uma pesquisa extensa para inserir tipos bem brasileiros neste gênero teatral, que costumava ser apresentado nas praças italianas no século 16.

Deu trabalho. Os jovens atores selecionados para participar do núcleo treinaram diariamente durante um ano inteiro para dar conta do vigor e da energia exigidos pela Commedia Dell’Arte, que envolve acrobacias, mímica, música ao vivo e muita improvisação a partir de um argumento simples. "É um teatro físico, em que o ator encara o público antes de olhar os outros personagens. O ator precisa ser completo", diz Roberto Innocente.

O resultado é o espetáculo As Calcinhas da Flor, apresentado pela primeira vez no Festival de Teatro de Curitiba de 2006, antes de percorrer outros festivais pelo país afora. Agora, o grupo retorna à cidade para apresentações gratuitas – ao ar livre, como pede a Commedia Dell’Arte – no Parque Barigüi.

Mas, não pense que reconhecerá personagens corriqueiros da comédia italiana como o Arlequim e Pantaleão. No lugar delas, entram em cena oito tipos brasileiros, caracterizados por máscaras de couro confeccionadas com afinco pelo próprio elenco. São exemplos Biro-Biro, o malandro de Copacabana; Vicente Capador, um coronel que poderia ser do Sul ou do Nordeste brasileiro; a baiana Nega Tiana; Maria Tanajura, uma quatrocentona de São Paulo; e, Rosendo, um criado cearense, versão brasileira do Arlequim.

A palavra "encena"

Se a Commedia Dell’Arte tira proveito de um argumento extremamente simples, o que sobra para o teatro escrito pelo autor desta frase: "Um mínimo de enredo e o máximo de emoção"? O russo Anton Tchekhov (1860-1904), escritor e jornalista, contava histórias de pessoas comuns. "Não é o herói que reina nos contos de Tchekhov: é o personagem cotidiano", lembra Márcio Abreu, que dirige o espetáculo Daqui a Duzentos Anos, inspirado em três contos do autor – "O Amor", "O Caso do Champanhe" e "A Brincadeira".

A montagem retorna ao ACT amadurecida, após uma longa temporada de apresentações pelo país, para apresentações até o dia 15 de abril. É fruto de uma longa pesquisa com a palavra, iniciada em 2004, por um grupo de estudos sobre o autor do ACT. Em 2005, Luis Melo recebeu o Prêmio APCA de Melhor Ator por sua atuação, ao lado de André Coelho e Edith de Camargo.

A intenção foi transportar os contos de Tchekhov para os palcos sem adaptar sequer uma linha. O resultado é a valorização da palavra combinada ao trabalho do ator, que se revela pela redescoberta da oralidade. "A potência da narrativa de Tchekhov é o veículo ideal para explorar essa relação – o ator com a palavra, o ator com sua voz, sua capacidade de dar vida a um texto", explica Melo.

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