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Como Selina Meyer, atriz tenta mostrar um lado da personagem que vai além da política | Divulgação
Como Selina Meyer, atriz tenta mostrar um lado da personagem que vai além da política| Foto: Divulgação

Serviço

Veep

HBO. Hoje, às 22h35.

"Manda ver!", diz Julia Louis-Dreyfus a um grupo de jornalistas internacionais num elegante hotel da Califórnia. Conhecida – e adorada – pela icônica Elaine Benes, de Seinfeld, a atriz não tem medo, muito menos vergonha, de admitir coisas difíceis para muitas atrizes. Uma delas: o nervosismo antes da estreia de Veep, nova série da HBO, que vai ao ar no Brasil a partir de hoje, às 22h35. Na atração, criada e dirigida pelo comediante escocês Armando Iannucci, ela encarna Selina Meyer, vice-presidente dos Estados Unidos.

"Se estou nervosa? Claro, sempre! Você quer que as pessoas gostem [do seu trabalho]. No aspecto criativo, sinto que este é o papel da minha vida. É completamente diferente de qualquer coisa que eu tenha feito até hoje. E conversa com algo que considero interessante: a noção de que você chegou lá, conseguiu alguma coisa, mas, na verdade, isso não aconteceu. Você acha que tem poder, mas não tem. Gosto muito disso, em vários níveis", explica Julia, depois de protagonizar uma cena de humor involuntário: trancada do lado de fora da sala, ela bate à porta até alguém ouvir e deixá-la entrar para a entrevista.

O que num primeiro momento poderia parecer uma guinada na carreira para um lado mais sério – há dois anos, a atriz viu sua escrachada série The New Adventures of Old Christine (as novas aventuras da velha Christine) ser cancelada após cinco temporadas – acaba se revelando, após o piloto, uma típica comédia ambientada em locais de trabalho. Com a diferença de que o escritório de um vice-presidente não é uma repartição qualquer. Será?

"Eu queria mostrar a realidade. Washington é como qualquer outra indústria. Pudemos entrar no escritório da vice-presidência dos EUA. Mas não estamos fazendo um documentário, e sim tirando uma foto instantânea de como este mundo funciona", explica Iannucci, chegado a sátiras políticas.

Trama

A trajetória da senadora Selina Meyer começa quando ela descobre que será vice-presidente do país. No entanto, o cargo vem com ônus – e quase nenhum bônus. O glamour inexiste, seu escritório não tem tantas regalias e ela se divide entre tarefas pouco importantes e alguns questionamentos – óculos durante um discurso dá ou não uma impressão de fragilidade ao eleitor? Um destaque no elenco é Anna Chlumsky: para os de boa memória, ela é a garotinha fofa de Meu Primeiro Amor, par de Macaulay Culkin no longa. Na série, Anna é Amy, a chefe de gabinete.

"Tento representar esta personagem como se ela fosse de verdade. E, esperançosamente, o telespectador vai se identificar com ela. Parece bobo, mas tento me colocar no lugar de Selina. Seu mundo será mostrado além do trabalho: a veremos com a filha e com um namorado. Ela também vai passar por um momento constrangedor, quando não percebe que o microfone está aberto e fala o que não deve", adianta a atriz.

Apesar de ter uma postura engajada e de ter apoiado a candidatura do atual presidente americano, Barack Obama, Julia nega a inspiração em personagens da política real.

"Jamais saberemos na série o partido de Selina. Isso não é sobre Sarah Palin, Hillary Clinton ou qualquer uma dessas figuras conhecidas. É difícil ser uma mulher e permanecer no poder, elas são julgadas por sua aparência. Não vejo isso acontecer com homens neste meio. É uma realidade que não é justa: ser mulher, durona e com opiniões fortes não é algo que deixe as pessoas confortáveis. Mas acredito que, em pouco tempo, teremos não só uma vice-presidente como uma presidente do sexo feminino. Obama derrubou muitas barreiras."

Depois de dar vida a personagens como Elaine, que se tornou um ícone do humor na tevê – "Assim espero!", brinca Julia – , ela diz que parece até "uma piada" ter conseguido tantos bons papéis, e que caiu na comédia praticamente por acaso. Em 1982, a atriz (então com 21 anos) entrou para o elenco do humorístico Saturday Night Live, onde ficou até 1985. Casada desde 1987 com Brad Hall, mãe de dois filhos adolescentes, ela, aos 51 anos, diz sentir a pressão de Hollywood quanto a aparência e idade.

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