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Apesar do otimismo causado pelo prolífero calendário de shows musicais em 2005, os produtores locais são unânimes ao afirmar que, em 2006, a situação pode voltar à estaca zero caso o governo, a prefeitura e mesmo as empresas locais não se dêem conta de que investir neste tipo de evento pode sim, trazer retorno financeiro e institucional.

As ameaças de possíveis cancelamentos de shows previstos para o ano que vem já começaram. De acordo com o gerente internacional da Cie Brasil, Alexandre Faria, a apresentação do guitarrista Santana, que vem ao Brasil no próximo mês de março, corre sérios riscos de não acontecer na capital paranaense. "Estamos entre Curitiba, Brasília, Salvador e Belo Horizonte. A cidade que mais oferecer patrocínios locais vai receber o show", revela em primeira mão, ressaltando que a empresa contou apenas com patrocínios nacionais na realização do show do Pearl Jam.

Faria destaca, ainda, que se a falta de visão das empresas locais persistir, o público curitibano pode ir dando adeus às turnês que devem passar pelo Brasil em 2006, entre elas as de bandas como Evanescence, Green Day, Coldplay e Aerosmith.

Situação semelhante aconteceu em setembro com o Curitiba Rock Festival, que apesar de estampar o nome da cidade em seu título, teve sua mais recente edição prejudicada pela ausência de apoio tanto da Prefeitura quanto da Fundação Cultural de Curitiba. "Acho que o festival sofreu não só por ter ficado para o segundo semestre, num mês de maior quantidade de shows e festivais com muito mais dinheiro, mas também por ter perdido os apoios locais", analisa a produtora do CRF, Paola Wescher. Tanto que, na época, Paola teve de partir para São Paulo atrás de patrocínios, que acabaram sendo todos de empresas nacionais.

Resultado: mesmo com uma escalação de primeira – o festival trouxe, além de 12 bandas nacionais, as gringas e inéditas no Brasil Weezer, The Raveonettes e Mercury Rev – nem um terço dos dez mil ingressos haviam sido vendidos dez dias antes do início do festival, o que acarretou em uma redução drástica do número de convites e na transferência do evento da Pedreira Paulo Leminski para o Curitiba Master Hall.

Mesmo assim, a produtora já está com novas idéias para a próxima edição do CRF. "Ano que vem, pretendo voltar ao primeiro semestre, num local aberto e maior, com mais bandas internacionais. Já estamos captando, falando com bandas gringas e agora é torcer para que aconteça", conta Paola. No caso dos curitibanos, o jeito é torcer para que o festival continue sendo realizado por aqui, pois, de acordo com a produtora, não faltam propostas para sua realização em outras cidades. (JG)

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