Em sua terceira parceria com o ator Denzel Washington, o diretor Tony Scott mostra que está em plena forma com "Déjà Vu", um tecno-thriller de ação inteligente e explosivo que prende a atenção do espectador até seu final.
O filme remete um pouco a "Amnésia" e ao tema high-tech de "o Big Brother está vigiando você" encontrado em outro filme de Scott, "Inimigo do Estado". Mesmo assim, existem elementos originais suficientes no roteiro enxuto e complexo do novato Bill Marsilii e de Terry Rossio (co-roteirista dos filmes "Shrek" e "Piratas do Caribe") para que o espectador sinta que esta é uma produção de Jerry Bruckheimer que ele ainda não viu.
Outro detalhe interessante é que foi o primeiro filme a ser rodado em Nova Orleans após a passagem do furacão Katrina.
A história começa literalmente explosiva, com uma bomba sendo detonada numa balsa de Nova Orleans que transporta centenas de passageiros.
Para investigar o ato de terrorismo é chamado o agente federal Doug Carlin (Denzel Washington). Ele descobre entre os mortos o corpo de uma jovem (Paula Patton) que ele tem razões para suspeitar que tivesse envolvimento direto com os responsáveis pela tragédia.
Sem revelar demais sobre a trama, basta dizer que Carlin não apenas consegue reconstituir de maneira altamente avançada os fatos que levaram à explosão, como também tem a possibilidade de voltar atrás no tempo e impedir a tragédia de acontecer, com a ajuda de uma tecnologia altamente secreta de viagem no tempo.
Diferentemente do último trabalho de Tony Scott e Denzel Washington juntos, "Chamas da Vingança", "Déjà Vu" tem uma história substancial e ágil que não se deixa dominar pela insistência do diretor em imprimir velocidade à trama, mediante o uso de cortes rápidos e todas as fusões visuais que já viraram a marca registrada de seu estilo. Desta vez a abordagem empregada é perfeitamente correta para a estrutura do filme, baseada em mudanças de tempo.
Ao mesmo tempo em que atende às exigências comerciais de uma produção de Bruckheimer, o roteiro faz algumas observações novas e penetrantes sobre a força poderosa que é o destino e as consequências de se tentar interferir com o passado, algo que levará o espectador a refletir por muito tempo depois de o filme terminar com a canção "Coming Back to You", de Macy Gray.
Denzel Washington é totalmente o homem certo para seu papel, e o agente federal constantemente inteligente e sério que ele representa tem toda relação com a característica fundamentalmente decente e inteligente do ator.
O resto do elenco fornece um apoio confiável, incluindo a sedutora Paula Patton, Val Kilmer em registro discreto, Adam Goldberg e Erika Alexander como outros agentes federais e um surpreendente Jim Caviezel como o criminoso vingador.
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