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Cinco anos de teatro sem férias e com a obrigação de conviver o tempo todo com muita gente – nem sempre pessoas agradáveis. Essa foi uma das motivações da atriz Maureen Miranda para publicar seu primeiro livro como artista plástica. Ela diz que precisava de um "respiro" fora dos palcos, de algo que lhe desse um tempo para outras atividades. Como sempre quis ser artista plástica e ilustradora, veio a idéia do livro, que agora vai para as prateleiras. Hoje, às 19 horas, nas Livrarias Curitiba do Shopping Barigüi, acontece o lançamento oficial da obra, que ganhou o simpático nome de Botei um Ovo.

Maureen, de 29 anos, já tem 15 de teatro. Trabalhou com gente como Márcio Abreu – que dirigiu sua primeira peça – e Felipe Hirsch, que tem chamado a atriz para todos os seus espetáculos. Ganhou prêmios importantes, entre eles o Gralha Azul como atriz de montagens para adultos e crianças. Mas, paralelamente a esse trabalho, sempre desenhou. "É uma espécie de desabafo que faço", diz. Muitos dos desenhos, feitos a bico de pena, são baseados nas personagens que ela vive no palco. Em Botei um Ovo, por exemplo, há toda uma sessão de esboços dedicados às personagens de A Gaivota, de Anton Tchecov. São imagens pesadas, duras, nada suaves.

"Quero muito trabalhar como ilustradora de livros dos outros", conta Maureen. Como ninguém, ou quase ninguém, conhecia sua veia de desenhista, a artista resolveu mostrar tudo de uma vez no seu primeiro livro. Como se fosse um cartão de visitas. Está lá inclusive o projeto de artes gráficas mais antigo que ela desenvolve, As Putas Véias. Trata-se de uma série de cartões-postais que ela vende de maneira avulsa ou em pequenas coleções. "O problema é que eu faço as coisas e não sei bem como levar para a frente, não tenho um empresário ou algo do gênero", diz.

Outros tipos de desenhos também fazem parte do livro. Como a parte batizada de Trash, composta por esboços de histórias em quadrinhos quase pornográficas. Na página, está desenhado um rolo de papel higiênico, para que o leitor possa limpar as mãos.

Outra aposta da atriz para dar um tempo do teatro é a televisão. Ontem à noite, ela gravou o piloto de um programa que pretende oferecer às emissoras. Em parceria com a psicóloga Rochelle Miranda, sua irmã, e a jornalista Eliane Moreno, Maureen gravou a primeira versão de Chá Comigo, uma espécie de debate informal em que as três discutem com convidados temas quase aleatórios, como vícios pessoais e cinema. "Mas é menos sério e pretensioso do que o Saia Justa, por exemplo", opina.

A atriz também tem feito participações em atrações da Globo, como o humorístico A Grande Familia e o quadro Retrato Falado, do Fantástico. Também atua em programas didáticos para educação a distância de crianças. "Quero muito fazer tevê", confessa. Mas isso não quer dizer que Maureen tenha desistido do teatro. Pelo contrário. "Sou atriz, isso não dá para mudar", afirma.

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