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"Deux Jours, Une Nuit", de Jean Pierre e Luc Dardenne, emocionou a plateia que lotou a sessão prévia para a imprensa da 52ª edição do Festival de Nova York.

O filme – que concorreu à Palma no Festival de Cannes – é mais uma investida dos Dardennes na temática político-social que eles vêm seguindo desde La Promesse, de 1996, sobre trabalho semiescravo de imigrantes ilegais na Bélgica.

"Rosetta" – que lhes deu a primeira Palma em 1999 – não ficava atrás ao tratar da desumanidade e da indignidade do desemprego, seguida de O Filho, na abordagem de um drama pessoal, tendo como pano de fundo a classe operária dos artesãos. A segunda Palma veio com "A Criança", mais um libelo a retratar mazelas sociais daqueles que vivem à margem da sociedade.

Nessa mesma linha, o novo filme dos irmãos cineastas segue o dramático périplo de Sandra (Marion Cotillard), uma humilde operária, em uma história que revela a precariedade e os medos da classe trabalhadora belga e, de modo geral, europeia.

Durante um fim de semana, Sandra tem a difícil missão de convencer seus colegas a não apoiar sua demissão que, caso aconteça, renderá a eles um bônus de mil euros.

Ela precisa de nove votos para manter o emprego, mas enfrenta não apenas as reações contrárias de alguns companheiros (uma quer o dinheiro para melhorar o jardim, outro precisa pagar a faculdade da filha), mas também uma crise de depressão que a manteve longe do emprego.

"Sempre tivemos vontade de falar sobre a solidariedade e mostrar que ela ainda é possível hoje em dia. Esse é o cerne do filme e está sendo lançado no momento certo porque o desemprego ronda a Europa", lembra o diretor, acrescentando que o importante era mostrar uma pessoa que, mesmo excluída, encontra força e coragem na luta que conduz junto com o marido.

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