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Luiz Rodolfo Annes apresenta coleção de 31 desenhos em uma das salas, além de produções digitais e um vídeo | Antônio More/Gazeta do Povo
Luiz Rodolfo Annes apresenta coleção de 31 desenhos em uma das salas, além de produções digitais e um vídeo| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

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Cabeça de Brócoli e a Descoberta do Amor ou Notas Sobre um Amigo que Escapou do Afogamento

Museu da Gravura (R.Pres. Carlos Cavalcanti, 533 – Centro), (41) 3321-3367. Obras de Luiz Rodolfo Annes. Inauguração hoje, às 19 horas. Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Sábado e domingo das 12h às 18 horas. Até 22 de fevereiro de 2015.

Quem entra na primeira sala da exposição Cabeça de Brócoli e a Descoberta do Amor ou Notas Sobre um Amigo que Escapou do Afogamento , do artista visual Luiz Rodolfo Annes, que inaugura hoje no Museu da Gravura, pode se surpreender com a mudança de linguagem entre os ambientes.

Na primeira sala, ele expõe desenhos digitais coloridos, um tanto lúdicos, do personagem Jo Jo Dog, criado em 2006. Na sequência, trabalhos delicados feitos com caneta permanente, em preto e branco, conversam com o vídeo que fecha a mostra. Em comum, o tema discutido por Annes, em toda a exposição: o percurso da vida e a solidão.

Formado em pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), o artista sempre experimentou diversas técnicas, como a gravura, mas centrou-se principalmente no estudo do desenho. O personagem Jo Jo, ou Cabeça de Brócoli, surgiu com experimentações em desenho digital, em 2006.

"A ideia foi fazer uma pintura boba, que tivesse uma certa feiura", conta Annes, que o expôs na época no Memorial de Curitiba. No fim da mostra, houve um embate com o público sobre o personagem. "Então, fiz outro desenho, o personagem ‘arte contemporânea’, que quer devorar o Jo Jo." Todos os desenhos, impressos em papel fotográfico, dialogam, segundo ele, com a pintura, sua área de formação. "Como o meu trabalho é basicamente em preto e branco, trouxe as cores."

Ambiguidade

No conjunto de 31 desenhos em caneta, o pintor traz uma pequena narrativa sobre um personagem específico, que está em todos os registros: um menino de olhos fechados, como se estivesse em um sonho. "Fica essa dúvida se é realidade ou sonho. Também quis falar sobre solidão, mesmo com ele cercado por pessoas em volta."

Para fechar a mostra, o artista elaborou uma animação inédita, O Homem Permanecido (título que ele tirou de um poema da escritora Adélia Prado). Com quase dois minutos de duração, a história traz um único personagem, que transita entre vários ambientes. O vídeo, feito por uma equipe de cinco pessoas, contempla as texturas presentes no desenho de Annes. Além disso, é interativo: o espectador que for ver a exposição pode "interferir" no caminho do boneco.

Além da exposição, o projeto também vai promover uma série de oficinas e palestras: no dia 3 de dezembro, o artista e o convidado Fábio Noronha conversam com o público. Em 21 de janeiro de 2015, Luciano Mariussi falará sobre arte e interatividade e, nos dias 5 e 6 de fevereiro, Annes e Daniela Vicentini ministram uma oficina de desenhos e brinquedos óticos. Um catálogo sobre a mostra, que reúne textos críticos sobre Annes, também será lançado.

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