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Que seria concorrido, todos já imaginavam. Mas quando, às 10h desta segunda-feira, os nove pontos espalhados por São Paulo iniciaram a venda dos ingressos para o show dos irlandeses do U2, em 20 de fevereiro, no Estádio do Morumbi, o que se viu foram filas para assustar os mais acostumados a este tipo de maratona.

A falta de organização para a venda dos ingressos, somado ao grande calor e à "esperteza" de muitos deixaram irritadas as pessoas que ficaram horas a fio nas filas pela cidade.

Em vários pontos de venda em São Paulo há denúncias de pessoas mais velhas e grávidas (algumas delas falsas) comprando ingressos para terceiros nas filas preferenciais. Muitos admitem que não pretendem ir ao show, afirmando que estão apenas quebrando o galho para parentes e amigos. O limite é de 10 ingressos por pessoa.

No final da tarde foi confirmada a realização de mais um show em São Paulo.

Primeiro dia

Um dos locais mais concorridos em São Paulo foi o guichê de venda da loja do Pão de Açúcar na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio. A fila contornava o quarteirão e seguia por mais quatro quadras. Para tornar o espetáculo um pouco mais caótico, apenas um guichê atendia o público, que esperava debaixo de um forte sol e temperatura de 31ºC. Água, sombrinha e muita disposição eram elementos fundamentais.

- Acho que deveria haver ao menos dois guichês, um para atender o público em geral e, outro, para casos preferenciais - avalia Luciana Azevedo Santana, 31 anos, engenheira e a primeira pessoa a ser atendida na loja por estar no sexto mês e meio de gravidez.

Para comprar os sete ingressos, Luciana enfrentou uma espera de duas horas na fila preferencial e ainda teve de aguardar por cerca de 40 minutos na boca do guichê, já que o sistema de cartões da loja apresentou problemas.

Alexandre Accioloy, um dos empresários responsáveis por trazer o U2 para o Brasil, passou pelo local e conferiu o tumulto, mas não se sensibilizou.

- Em todo lugar do mundo, este tipo de procura ocorre - afirmou Accioly.

Sobre a infra-estrutura das vendas, o empresário se defendeu:

- Esta é a nossa única loja onde há apenas um guichê, todas as demais possuem seis ou sete caixas. Ao final do dia, faremos uma reunião de avaliação e podemos abrir outros caixas aqui também - disse ele.

Porém, bem antes disso, por volta das 11h30m, os gerentes e funcionários da loja tentavam tornar o atendimento mais ágil no local, colocando mais máquinas de cartões.

A dentista Silvia Rigote, de 25 anos, também foi uma das primeiras pessoas a conseguirem comprar os concorridos ingressos. Mas não sem sacrifícios.

- Estou com um grupo de amigos na fila desde às 11h30m de sábado - explica Silvia, que coordena um fórum sobre a banda.

- Já vi oito shows desta turnê nos EUA, onde mora o meu namorado, além das duas apresentações em São Paulo, em 1998, mas vê-los aqui no Brasil é diferente - define a fã, que tem uma interessante teoria para o alto preço do ingresso: parte dele seria usado para financiar o show gratuito dos Rollings Stones marcado para o dia 18 de fevereiro na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Os dois shows estão sendo trazidos ao Brasil pela mesma empresa.

Beatriz Gomes, de 18 anos, estudante que veio de Sorocaba para comprar as entradas, passou mal devido ao calor e desmaiou antes de conseguir comprar seus ingressos. Ela aguardava na fila desde às 9 horas da manhã.

- Cheguei domingo à São Paulo para conseguir três ingressos e voltaria na terça-feira para o interior. Agora tenho que ver como farei - afirmou a estudante.

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