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Paulo Belzebitchy e Pedro Costa formam o duo Solange, Tô Aberta! | Divulgação
Paulo Belzebitchy e Pedro Costa formam o duo Solange, Tô Aberta!| Foto: Divulgação
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Para Jorge Leite Júnior, quando se fala em "arte erótica" no Brasil, é obrigatório citar a banda Solange, Tô Aberta!, de Salvador. Formada pelos músicos Paulo Belzebitchy e Pedro Costa, o grupo "une funk, drag music e punk rock a performances e letras extremamente transgressivas, baseadas na linha filosófica da teoria queer". Os temas – abordados em faixas como "F***r Freud" e "A Dança da Passiva" – vão da homofobia ao especismo. Abaixo, uma breve entrevista com Belzebitchy.

Gazeta do Povo – Nos shows da STA!, o elemento erótico tem a função catártica de ser um elemento de celebração quase ritualístico. Ao mesmo tempo, vocês transformam o palco numa tribuna contra a homofobia e o racismo. De onde vieram essas características?

Paulo Belzebitchy – Tanto Pedro quanto eu sofremos discriminação homofóbica desde que nos entendemos por gente. Em casa, na rua e na escola. Já fomos vítimas até de violência física. A STA! é o resultado de todos os nossos traumas, de cada piadinha que ouvimos ao passar na rua, de cada porrada que levamos. Mas também é a melhor forma que encontramos para falar de comportamentos e assuntos que acreditamos importantes – machismo, catolicismo, exploração animal. E o funk nos caiu como uma luva. Nossa linguagem pode ser desconcertante e desagradável para alguns, mas também extremamente prazerosa e libertadora para outros. Nos divertimos ao ver uma pessoa metida à moderna reproduzir discursos moralistas e repressores para nos criticar. Da mesma maneira, temos orgasmos ao ver alguém se acabando em nossos shows. É exatamente isso o que queremos: incomodar os que merecem e fazer gozar os desprovidos de superego (risos).

E quem é o público de vocês hoje?

Fizemos um show numa boate gay em Salvador e o público odiou tanto que só cantamos duas músicas. Foi bem engraçado. Pouco depois, na mesma cidade, participamos de um evento anarco só com bandas hardcore, e o público gostou tanto que quase não deixou a gente ir embora. Não esperávamos nenhuma das duas situações, e isso me fascina. Atualmente, quem não gosta dos nossos shows vai embora na primeira música. Mas quem fica enlouquece, se libera. Alguns tiram a roupa, outros sobem no palco. Me orgulho disso. Adoro empurrar quem está em cima do muro.

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