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As histórias de Meninas são parecidas. Evelin, de 13 anos, mora na Rocinha e engravidou do namorado de 22 anos, um ex-traficante. Luana tem 15 anos, é órfã de pai e mora no Morro dos Macacos. Edilene, 15, vive na Baixada Fluminense e ficou esperando seu filho na mesma ocasião em que sua mãe também engravidou. Joyce tem a mesma idade e igualmente é moradora da Baixada.

"As adolescentes parecem que já nascem com o destino traçado. Suas famílias são desestruturadas e os filhos que elas vão gerar certamente seguirão o mesmo caminho; não há muitas opções para elas, ao contrário das garotas de classe média que têm melhores condições para enfrentar a situação", disse Sandra Werneck, complementando que Meninas é um filme pequeno, que não teria sido realizado sem a ajuda preciosa de sua assistente, Gisela Câmara.

Depois de Meninas, Sandra vai retornar à ficção com Sexo, Crochê e Bicicletas, adaptação do livro As Meninas da Esquina, de Eliane Trindade, que versa sobre prostituição e abuso sexual.

"É um universo parecido. E depois de viver um ano a realidade dessas meninas, acho que estou preparada para um trabalho ficcional, uma espécie de docudrama. Afinal, são tantos os dramas hoje, que é cada vez mais tênue a linha entre o mundo real e a ficção", concluiu revelando que foi mais fácil sair do documentário para a ficção do que voltar agora da ficção para o documentário.

Quanto à receptividade ao filme em Berlim, Sandra disse que com o tempo aprendeu a identificar as emoções. "E eu sei a dimensão que Meninas tem", complementou.

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