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Se você acha que o Brasil não passa de um país periférico que pouco importa para quem quer que seja, repense seus conceitos. Vez ou outra, acontece algo que dá moral à terra do mensalão. O lançamento do novo livro de Paul Auster, Desvarios no Brooklyn (Tradução de Beth Vieira. Companhia das Letras, 392 págs., R$ 45), seis meses antes de sair nos EUA e na Europa, é um desses momentos.

Ao contrário de Shalimar, o Equilibrista, que Salman Rushdie fez questão de lançar mundialmente no Brasil, durante a última Festa Literária Internacional de Parati (Flip), o novo Auster sai antes aqui graças a um acaso – um dos elementos essenciais à ficção do autor nova-iorquino. As editoras americanas e européias não costumam lançar "literatura séria" – na qual se enquadra Auster – durante a temporada de verão, época em que se lê menos e na qual predominam obras descaradamente comerciais, como o recém-lançado Harry Potter and the Half-Blood Prince (o título em português, extra-oficial, é Harry Potter e o Príncipe Mestiço). Daí Desvarios no Brooklyn ganhar as livrarias ianques e inglesas somente em janeiro do ano que vem. As brasileiras o recebem hoje, garante a Companhia das Letras.

Um primeiro fragmento do romance foi publicado pela renomada revista britânica Granta, em edição comemorativa de seus 25 anos, junto a textos inéditos de Martin Amis, Philip Gourevitch e outros. Na história, o protagonista Nathan Glass é um senhor de quase 60 anos, mal das pernas depois de descobrir um câncer linfático e com um objetivo peculiar na vida. Ele procura um lugar tranqüilo para morrer. E alguém indica o bairro nova-iorquino do Brooklyn. Chegando à vizinhança, faz contato com seu sobrinho Tom Wood, que acaba colocando-o em uma série de situações bizarras.

Classificado de tragicomédia, Desvarios no Brooklyn é o décimo romance de Paul Auster, nova-iorquino de 58 anos que vive justamente no Brooklyn – onde ambienta boa parte de suas histórias. Começou sua carreira como poeta e tradutor de escritores franceses na linha de Stéphane Mallarmé. Ganhou público e crítica com a Trilogia de Nova York, encabeçada pela novela "Cidade de Vidro". Quase a totalidade de sua obra foi traduzida ao português, embora alguns títulos (Música do Acaso e Mr. Vertigo) estejam fora de catálogo.

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