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Carey Mulligan e Peter Sarsgaard: com roteiro de Nick Hornby, Educação retrata  amor intenso na Londres dos anos 60 | Divulgação
Carey Mulligan e Peter Sarsgaard: com roteiro de Nick Hornby, Educação retrata amor intenso na Londres dos anos 60| Foto: Divulgação
  • Trevor Wright e Brad Rowe: paixão nas ondas do Oceano Pacífico é o tema do filme De Repente, Califórnia

As tramas de Educação e De Repente, Califórnia se passam em épocas e con­­­­tinentes distintos, mas se aproximam por explorar um mesmo tema: a iniciação amorosa de jo­­­­vens em relações com par­­­­­­­­­­­ceiros mais velhos e experientes.

Indicado ao Oscar de melhor filme neste ano, Educação, lançado agora para venda direta, pode ser lido como uma obra moralista, mas não é. Em desepenho também indicado pela Academia e festejadíssimo pela crítica, a britânica Carey Mulligan (de Wall Street 2) é Jenny, uma precoce colegial londrina de 15 anos que sonha estudar na Universidade de Oxford, enquanto exercita seu francês ouvindo canções de Juliette Gréco.

Orgulho dos pais, que investem alto na sua formação, Jenny sai dos trilhos ao conhecer David (Peter Sarsgaard), um norte-americano com pelo menos o dobro de sua idade que a apresenta aos prazeres da vida adulta, que vão de idas a concertos, restaurantes finos e uma viagem a Paris, até a arte do sexo. Promete casamento a Jenny, que pensa em abandonar os planos de estudar para virar gente grande. Não sabe o que a aguarda.

Em De Repente, Califórnia, Zach (Trevor Wright) vive do outro lado do Atlântico, ou melhor, à beira do Oceano Pacífico. Mora com a irmã, mãe solteira de um garoto pequeno, e com o pai doente. Grafiteiro talentoso, sonha em entrar numa escola de arte, mas não tem grana.

Num relacionamento que não engata com uma colega de escola, a vida de Zach sofre uma reviravolta quando reencontra Shaun, irmão mais velho de seu melhor amigo, um escritor gay que acaba de voltar à cidade natal depois do fim de um relacionamento. Primeiro, vão surfar juntos. Depois, descobrem ter muito mais em comum e se apaixonam.

Do ponto de vista formal, os dois filmes não poderiam ser mais diferentes. Educação, da dinamarquesa Lone Sherfig (de Italiano para Iniciantes), é estiloso, a começar pelo afiado roteiro do escritor Nick Hornby. A reconstituição minuciosa da Swing London dos anos 60, a ótima trilha sonora e o elenco, que conta com grandes nomes como Alfred Molina e Emma Thompson, fazem do filme um envolvente espetáculo cinematográfico. De Repente, Califórnia vai na contramão disso tudo.

Digital, o longa de estreia de Jonah Markowitz é puro cinema independente. Sustenta-se apenas nas boas atuações e em um roteiro bem escrito. A questão da homossexualidade é discutida sem alarde. É fonte de conflitos, mas não de excessos melodramáticos.

Em Educação, o tema da pedofilia é sugerido, mas não propriamente explorado. Jenny é muito jovem, mas seus pais também são seduzidos por David numa época em que as mulheres se casavam muito jovens. Consentem com o relacionamento. O "delito" apenas surge como possibilidade quando se descobre que o rapaz não é o que aparenta. E o amor não triunfa. Ao contrário do que ocorre em De Repente, Califórnia.

Educação – GGG1/2

De Repente, Califórnia – GGG1/2

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