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Ao contrário do que pode parecer, fazer música para as pessoas dançarem é uma arte dificílima. Que o diga a Orquestra Maria Faceira, formação curitibana cujos shows chegam a ultrapassar as quatro horas de duração. Hoje e amanhã, no entanto, o grupo não terá pela frente a tarefa de manter o pique e o público empolgado ao longo da noite. Atração do Teatro Caixa, o octeto encara outro desafio: entreter uma platéia sentada, que não poderá se esbaldar ao som de seus sambas, choros e maxixes.

"As pessoas têm confessado que, quando tocamos em teatro, é complicado ficar parado, só assistindo", conta a vocalista Roseane Santos, com uma ponta de orgulho. O jeito, então, é driblar a imobilidade da audiência fazendo intervalos entre as músicas e comentando detalhes sobre os arranjos, os compositores, etc. "Nesse tipo de show, tocamos por cerca de 50 minutos. Porque o público não agüenta, né?", diz.

Fundada em 2002, na esteira da "redescoberta" da gafieira, a Orquestra Maria Faceira iniciou suas atividades tocando temas exclusivamente instrumentais. Com a entrada de Roseane, em 2003, o repertório do grupo se diversificou e hoje conta com músicas próprias e clássicos como "Incompatibilidade de Gênios" (João Bosco e Aldir Blanc), "Piston de Gafieira" (Billy Blanco), "Maria" e "Faceira" (ambas de Ary Barroso).

As duas últimas ajudaram a batizar o conjunto, formando o nome que também dá conta de um pássaro brasileiro que, de acordo com o Manual de Ornitologia nacional, "tem como hábito andar em passos largos e bem calculados, como se obvsersassem um perigo ou uma oportunidade". Uma ave malandra, dona de um certo gingado, como os folclóricos dançarinos das gafieiras cariocas.

Roseane, aliás, é "importada" do Rio de Janeiro. Chegou em Curitiba para participar da Oficina de Música, em 2002, enturmou-se e resolveu se estabelecer na cidade para cursar Música Popular na FAP (Faculdade de Artes do Paraná). "O que me impressionou aqui, musicalmente, foi que a cidade estava vivendo as mesmas coisas que o Rio. A retomada do choro, o surgimento de novos e bons músicos... Foi um encantamento", afirma.

Além da cantora, integram o grupo os músicos Gabriel Schwartz (flauta e sax), Luiz Otávio Almeida (guitarra), Sérgio Albach (clarinete), Graciliano Zamboni (bateria), Rodrigo Mico (percussão), Fabiano Tiziu (violão), Marcelo Pereira (baixo) e Raule Alves (trombone). Com CD e DVD gravados, mas ainda sem um selo para distribui-los, o octeto agora quer animar festas no Rio de de Janeiro e em São Paulo, onde também há uma movimentação em torno da gafieira. Enquanto isso, segue fazendo shows em no eixo Paraná – Santa Catarina, que, segundo Roseane, continua a impressionando. "Curitiba está a todo vapor", garante cantora.

Serviço: Show com a Orquestra Maria Faceira. Hoje, às 21 horas, e amanhã, às 19 horas, no Teatro da Caixa (Rua Conselheiro Laurindo, 280). Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (clientes, idosos e estudantes). Informações: (41) 3321-1999.

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