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Patricia Arquette levou a estatueta de atriz coadjuvante. | Mario Anzuoni/Reuters
Patricia Arquette levou a estatueta de atriz coadjuvante.| Foto: Mario Anzuoni/Reuters

Ao longo de toda a cerimônia do Oscar no último domingo, vários discursos foram permeados por um tom político. O melhor deles, porém, foi o da atriz Patricia Arquette, vencedora da estatueta de melhor atriz coadjuvante por Boyhood. Ela falou de um tema caro hoje – a igualdade de gênero – problema do qual nem Hollywood escapa: a diferença de salário entre homens e mulheres é gigantesca na indústria do cinema.

Na fala de agradecimento, Patricia disse: “A todas as mulheres que deram à luz, que pagam seus impostos e são cidadãs desta nação, lutamos pelos direitos de todos os demais. Já é hora de termos de uma vez por todas o mesmo salário e os mesmos direitos para as mulheres dos Estados Unidos da América.” A fala foi muito aplaudida, sobretudo por outra indicada, Meryl Streep, cuja reação virou até meme na internet.

Para se ter uma ideia, um relatório publicado pelo The Hollywood Reporter mostrou que, entre 2013 e 2014, Robert Downey Jr. foi o ator mais bem pago (75 milhões de dólares). No mesmo período, a mulher que dominava a lista das melhores remuneradas, Jennifer Lawrence, embolsou 34 milhões de dólares.

Mas não é só pela diferença hollywoodiana que o discurso de Patricia Arquette foi tão importante: a fala ajuda a lembrar desse abismo salarial que existe em empresas e corporações do mundo inteiro. O fato de acontecer o mesmo com atrizes que estão em uma situação, em tese, privilegiada, só escancara a presença desse problema, cuja origem está no machismo. Também foi um tapa na cara da indústria. Esperamos que ela comece a repensar os cachês.

Fora o discurso da atriz, antes mesmo de a cerimônia ir ao ar, outros movimentos como #AskHerMore (pergunte mais para ela), iniciado em 2014 pela organização The Representation Project, pipocavam na rede, e foram apoiados por outras atrizes, como Reese Witherspoon.

A campanha, que surgiu no ano passado para chamar atenção para o sexismo na indústria cinematográfica e na cobertura do Oscar, sugere que os repórteres façam perguntas mais amplas para as atrizes, e não fiquem apenas focados no visual delas.

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