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Alfredo Gomes Filho nasceu no Hauer e realizou o sonho de ter um centro cultural | Jonathan Campos/Gazeta do Povo e Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Alfredo Gomes Filho nasceu no Hauer e realizou o sonho de ter um centro cultural| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo e Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Espaço

Villa Hauer Cultural

Rua Bom Jesus do Iguape, 2.121 – Hauer, (41) 3333-7652. Os eventos do espaço serão divulgados próximos da data de realização. A visita para a exposição Ninhos deve ser agendada por telefone e tem entrada franca.

  • Espaço conta com salas multiuso, onde se encontram instalações de artistas locais
  • Exposição Ninhos traz obras de artistas paranaenses conceituados, como Denise Roman
  • Teatro do Villa Hauer Cultural deve abrigar projetos de artes cênicas, música e cinema

A primeira-dama do teatro paranaense Lala Schneider (1926-2007) sempre teve um sonho que compartilhava com seus amigos e vizinhos da Vila Hauer, bairro onde morou: construir um teatro nas proximidades da passarela do bairro. O local, nos anos 1970, servia de ponto de encontro para os moradores, e a intenção da atriz era resgatar esse espírito dos bons tempos com o local, que abrigaria não só teatro, mas outras manifestações culturais. Lala morreu sem concretizar o sonho, mas ficaria feliz em saber que a três casas de onde vivia, na rua Bom Jesus do Iguape, o vizinho Alfredo Gomes Filho, cenógrafo e bonequeiro, idealizou, junto com a filha Geraldine Marie Gomes, com a artista plástica Claudia de Lara e com o escritor e advogado Joel Samways Neto, um centro cultural de primeira: o Villa Hauer Cultural.

Inaugurado há pouco mais de duas semanas, o espaço foi instalado em um barracão que pertence à família de Filho, mas que estava locado para terceiros. Com a liberação do local, ele uniu o sonho em comum que tinha com Claudia e Samways. "Nós fomos pelo coração mesmo, unimos as vontades de todo mundo. Bancamos o projeto totalmente com recursos próprios", conta. Todo o conceito do espaço expositivo, do teatro e da área externa (que conta com um bicicletário e intervenções nos muros de artistas como Sandra Hiromoto e Retta Rettamozo) foram ideia do quarteto.

"Acreditamos na cultura como uma modificação de pensamento", diz Claudia, que cuidará da área expositiva. Para a primeira exposição, Ninhos (em cartaz no Villa), ela trouxe obras de artistas paranaenses como Denise Roman, e homenageou Ida Hannemann de Campos – uma grande tapeçaria da artista está na mostra. "Aproveitei o contato imediato que tenho com os artistas paranaenses, conhecemos muita gente boa." Ao longo do ano, haverá um ciclo de mostras, sempre com a curadoria de João Henrique Amaral, que contemplarão as diversas gerações de artistas do estado. A intenção também é, segundo Claudia, aproximar os artistas do Hauer, que poderão participar com intervenções no espaço.

Multiuso

O teatro criado por Filho, cenotécnico experiente, responsável por espaços como o Teatro Positivo e a reforma do Bom Jesus, foi feito de maneira móvel, com palco multifuncional e poltronas adaptáveis, ou seja, o teatro pode assumir os mais diversos formatos. Ao longo do ano, a Pivete Cia. de Arte, companhia de Filho, estreará um espetáculo de bonecos, e haverá também uma produção de teatro do Villa, parceria entre Filho e Samways Neto, para o público adulto. O teatro deve abrigar ainda um cineclube, que terá curadores convidados, teatro de bonecos aos sábados e música aos domingos (a partir do segundo semestre). "Nossa ideia básica é formar um público cativo, e que o espaço seja amplo e irrestrito."

Renda

A pretensão do grupo é que o local se transforme em um ponto de cultura que possa ser alugado por companhias interessadas, gerando dinheiro para que ele se sustente. Além disso, oficinas e cursos serão programados. Alguns dos eventos também devem ter pagamento de ingresso, mas, por enquanto, frisa Filho, o desafio é angariar frequentadores para o Villa. "A experimentação é o nosso lema. Queremos ver como o público vai se comportar."

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