Do México ao Marrocos

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A noite de quinta-feira também foi reservada a estréias no 13.º Crystal Fashion. Assim como na noite anterior, em que subiram à passarela as grifes Lacoste e Patachou, participando, pela primeira vez, da semana de moda curitibana, a quarta rodada de desfiles do evento contou com as estreantes Opera Rock e Cori, que trouxeram coleções inspiradas em elementos étnicos de duas regiões bastante diferentes do globo.

Baseada nas culturas mexicana e latino-americana, a Opera Rock abusou do colorido em peças jovens e vibrantes. Apostando em tecidos rústicos, a grife traduziu as tradições e crenças do povo latino em looks repletos de elementos artesanais como o patchwork – as saias vieram compostas em camadas de diferentes tecidos, como jérsei, chiffon, chita, jeans e sarja, em comprimentos que variavam da altura dos joelhos aos pés, sempre com a cintura bem baixa. A referências étnicas também apareceram nas estamparias das camisetas (muitas deixando à barriga à mostra), com imagens da Virgem de Guadalupe e dizeres em espanhol.

A latinidade também marcou presença nos acessórios, com o uso de patuás e escapulários. Chamaram atenção as bolsas, que vieram em modelos grandes e versáteis, com aplicações de bordados e crochê e em formato de sacolas de feira. Destaque também para os belíssimos calçados da grife, como a releitura do sapato boneca e as sapatilhas em chita com amarrações em tranças.

O forte da Opera Rock, a linha jeanswear, apresentou peças cheias de recortes, sobreposições e desvios de costura – os bolsos vêm em posições assimétricas –, com aparência de bastante usadas graças a vincos e lixagens.

Leveza e volumes

Fechando a quarta noite do Crystal Fashion, a Cori, sob a direção de criação de Alexandre Herchcovitch, deixou a platéia ansiosa pela inauguração da loja, que abre as portas no Shopping Crystal Plaza na sexta-feira que vem, dia 28, com a presença do estilista.

Inspirada nos caftans – trajes típicos dos homens marroquinos –, a grife apostou nos volumes e na leveza, tendo como peças-chave da coleção os vestidos longos de chiffon de seda listrada em formato trapézio. Exibidas pela top Ana Cláudia Michels, as peças vieram esvoaçantes, com brilhos e transparências discretas em tons de rosa, laranja, areia, preto, verde e azul.

A referência norte-africana também apareceu nas calças de formato odalisca, em chiffon listrado e liso, transparentes e de cintura alta. A peça, combinada a camisas leves e cintos largos, apesar de compor um look harmônico e de grande beleza, dificilmente deve levar as mesmas características para fora da passarela – longe das referências marroquinas, a calça remete ao temido balonê dos anos 80.

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