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A falta de educação do público que frequenta as salas de concertos e cinemas em nosso país é algo extremamente grave e desagradável. Já desisti de assistir certas apresentações por aqui para não me desgastar, pois sei que terei de enfrentar pessoas conversando ao celular ou com quem está ao seu lado, descascando balas, deixando as crianças que as acompanham fazerem a maior bagunça, e tantas outras coisas que levam ao desespero quem sai de casa em busca de arte e cultura. Resultado da nossa combalida educação, a atitude deste tipo de público não só compromete a apreensão do que está sendo apresentado, como também prejudica a concentração.

Um caso extremo aconteceu no Rio de Janeiro no dia 30 de março. Uma estagiária de Direito foi assistir ao espetáculo de dança Deca Dance [que será apresentado amanhã no Guairão] no Theatro Municipal daquela cidade. Pelos relatos, ela atendeu mais de uma vez seu telefone celular no meio do espetáculo, o que provou revolta das pessoas à sua volta. Um jovem francês acabou entrando em conflito e, ao que parece, fez, sem querer, com que a moça despencasse escada abaixo. Ela ficou ferida e a coisa terminou numa delegacia de polícia.

Não sou uma pessoa violenta, mas confesso que quase me senti "vingado" pelas inúmeras vezes em que fui prejudicado pela falta de educação de algumas pessoas da plateia, estando eu no público ou atuando como músico. Muito pior do que os aplausos em hora errada são as conversas, os ruídos, e o desrespeito. Falando em celulares, lembro que na passagem do excelente violinista canadense James Ehnes por Curitiba, o músico comentou o fato de um rapaz na primeira fila do Teatro Guaíra não parar de jogar em seu celular durante toda a apresentação.

Algo que me impressiona em certos países é que, além do silêncio e do respeito aos artistas e ao público, num concerto o espaço de tempo entre a última nota da música e os aplausos é grande, mostrando que as pessoas saboreiam até as últimas ressonâncias, algo que inexiste por aqui. Lamentavelmente.

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