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Há 100 anos, alguns inventores do mundo viviam uma verdadeira disputa para tentar fazer com que o homem voasse. O brasileiro Santos Dumont foi o primeiro a conseguir o feito, em outubro de 1906.

Essa é uma das façanhas - a mais famosa, certamente - do inventor exploradas no documentário "O homem pode voar", dirigido pelo jornalista Nelson Hoineff, e que estréia em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba nesta sexta-feira (25).

O longa se faz valer de imagens raras do inventor, até então desconhecidas, para contar a sua trajetória. Com roteiro assinado pelo pesquisador-titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Henrique Lins de Barros (autor de dois livros sobre o aviador), "O homem pode voar" traça de forma fragmentada a vida e obra do personagem.

Alguns depoimentos falam mais de como era Santos Dumont longe da vida pública, ou como, por exemplo, ele se decepcionou ao ver seu invento, o avião, usado na Primeira Guerra Mundial para matar. Isso, aliás, é dado como causa de ele não ter mais testado novos modelos e caído numa depressão profunda. Porém, a esclerose múltipla que afetou o aviador nos seus últimos 20 anos de vida é pouco citada no filme.

Entre os entrevistados estão Sophie Hélène, sobrinha-neta de Santos Dumont, e Alan Cartier, neto de Louis Cartier, que criou, junto com o inventor, o relógio de pulso.

Mas as idas e vindas do roteiro, que não segue a ordem cronológica, tornam penoso acompanhar a trajetória do criador do avião.

Não deixa de ser frustrante a experiência de ver imagens tão raras desperdiçadas num filme que mais parece vídeo institucional. Em momento algum "O homem pode voar" joga uma nova luz sobre o personagem, ou consegue captar sua genialidade.

Os pontos altos do documentário estão nas imagens do vôo definitivo do 14-bis, nas dos experimentos com o número 18 no Sena e as dos mais importantes vôos do Demoiselle (1907/1908). A narração de Roberto Maya dá o tom solene ao "O homem pode voar", que, com uma montagem mais linear, poderia estrear direto na televisão.

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