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Carlos de Brito e Mello... | Roddrigo Valente / Divulgação
Carlos de Brito e Mello...| Foto: Roddrigo Valente / Divulgação
  • ... e Manoela Sawitzki: escritores originais da nova geração

O penúltimo dia da 1.ª Bienal do Livro Paraná promete um dos bate-papos mais interessantes de todo o evento, que termina amanhã (10). Hoje, a partir das 14 horas, o escritor mineiro Carlos de Brito e Mello e a escritora gaúcha radicada no Rio de Janeiro Manoela Sawitzki participam do Café Literário e têm como ponto de partida falar sobre quais são os desafios dos prosadores brasileiros contemporâneos.

Mello, de 36 anos, e Manoela, 32, são revelações da ficção brasileira. Ele é autor de A Passagem Tensa dos Corpos, um dos romances mais originais da última década, que trata da morte. A obra foi finalista dos prêmio São Paulo de Literatura e do Jabuti, e está entre os dez livros finalistas do Prêmio Portugal Telecom.

Manoela escreveu Nuvens de Magalhães, de 2002, mas chamou a atenção da crítica e dos leitores brasileiros pelo romance Suíte Dama da Noite (2009), editado no Brasil e em Portugal. Essa obra mais recente traz uma narrativa envolvente a respeito de um amor que não pode se concretizar.

Vozes interessantes

Mello conta que a literatura proporciona a ele experiência. "Mas, atenção: experiência, aqui, não está relacionada ao acúmulo de vivências e saberes, mas ao estabelecimento de uma relação com aquilo que justamente não se sabe, não se espera, não se compreende", afirma.

Manoela, por sua vez, admite que a literatura a deixa frente a frente com a existência de um modo particular. "Ela (a literatura) me permite acessar um registro de mundo que não consigo alcançar de outra forma, um tipo de conexão com as coisas que é rara, que me provoca, me perturba e me emociona. E me leva além das coisas", diz.

Parecidos, mas diferentes

Donos de vozes viscerais e marcantes, os dois autores têm modus operandi de escrita muito distintos um do outro. Mello reserva as manhãs para escrever. Já Manoela diz trabalhar de madrugada. "Acho que só não vou até o meio dia porque uma espécie de culpa proletária me impede. Quando estou escrevendo, digo, quando é pra valer, não tenho regras, horários, metas, simplesmente me jogo. Esqueço de comer, vejo o dia nascer sem me dar conta que a noite passou. É estranho porque não há cansaço, muito pelo contrário", conta.

O escritor mineiro, apesar da intensa atividade intelectual, não abre mão da prática física: faz jiu-jitsu e kickboxing. A gaúcha está completamente entranhada em seu mundo interior e faz questão de mencionar que tem tido muito prazer em colaborar com o site Vida Breve (www.vidabreve.com.br), projeto dos jornalistas Rogério Pereira e Luís Henrique Pellanda, que publica uma nova crônica diariamente.

Serviço:

Os Desafios da Nova Prosa Brasileira. 1.ª Bienal do Livro Paraná. Estação Convention Center (Av. Sete de Setembro, 2.775). Hoje, às 14 horas. R$ 8 e R$ 4 (meia).

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