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Dueto carioca traz ao Teatro da Caixa um panorama do samba cantado em dupla e das possibilidades do formato, popular na primeira metade do século 20 | Divulgação
Dueto carioca traz ao Teatro da Caixa um panorama do samba cantado em dupla e das possibilidades do formato, popular na primeira metade do século 20| Foto: Divulgação

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Dois Bicudos

Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dia 11, terça-feira, às 20 horas. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada). Os ingressos podem ser comprados de terça a sexta-feira, das 12 às 20 horas, no sábado, das 16 às 20 horas, e no domingo, das 16 às 19 horas). Classificação indicativa: 14 anos. A lotação máxima é de 125 lugares (2 para cadeirantes).

O dueto carioca Dois Bi­­cu­­dos, formado por Alfredo Del-Penho e Pedro Paulo Malta, se apresenta no dia 11 de junho, às 20 horas, no Teatro da Caixa. Os músicos trazem um repertório focado em sambas originalmente gravados em duplas, como Mário Reis e Francisco Alves, na primeira metade do século 20. O show faz parte da série Samba de Bamba.

Os ingressos para a apre­­sentação começam a ser vendidos a partir do meio-dia de hoje. As entradas são limitados (veja o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo).

Duplas

Apresentadas em arranjos tradicionais – tocados por Luís Barcelos (bandolim), André Vercelino (percussão) e Paulino Dias (percussão), além do violão de Alfredo Del-Penho –, as canções do repertório foram escolhidas para formar uma espécie de panorama do samba cantado em dupla e das possibilidades deste formato.

"Não há muito destaque para este tipo de canto de samba quando se conta a história da música brasileira. E o canto em dupla foi uma parte importante dela", explica Pedro Paulo Malta, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo.

Também jornalista e pesquisador de música brasileira, Malta lembra que Mário Reis e Francisco Alves antecederam até mesmo as duplas sertanejas na consagração desta formação. "A popularização da música sertaneja em dupla começa por volta de 1935", explica o cantor.

Repertório

Da dupla pioneira entram as canções "O Que Será de Mim" (Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves), gravada em 1931, e "A Razão Dá-Se a Quem Tem" (Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves) e "É Preciso Discutir" (Noel Rosa), gravadas em 1932. Outra dupla resgatada pelo repertório é a de Joel e Gaúcho, representada pelas canções "Estão Batendo", de 1934, e "Se Você Fosse Minha Rosa", de 1939.

Canções que não foram originalmente gravadas por duplas também entraram no repertório dos Dois Bicudos, como "Moda da Pinga", famosa na gravação de Inezita Barroso, e "Falso Rebolado", gravada por Germano Mathias. As canções, no entanto, foram posteriormente gravadas pelos Dois Bicudos e mostram algumas das possibilidades do canto em dupla: divisão de versos, segunda voz em terças, contracantos e outros recursos. "Elas se prestam perfeitamente para o formato", explica Malta. "É um jeito de cantar samba bastante específico."

Malta destaca os arranjos vocais – todos assinados por Alfredo Del-Penho, que conheceu cantando em dupla com o pai no botequim Bip-Bip, em Copacabana, no Rio de Janeiro. "Desde pequeno ele desenvolveu essa percepção de harmonização vocal e domina isso como ninguém", diz Malta. "O trabalho fica muito por conta da nossa sintonia, do nosso trabalho, de a gente se entender na respiração – e na intuição do Alfredo."

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